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Entenda os riscos do excesso do álcool
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O Brasil se espantou com a morte do estudante de engenharia elétrica da Universidade Paulista (Unesp) Humberto Moura Fonseca, ocorrida no último sábado (28) devido à ingestão de mais de 25 copos de vodca durante uma festa universitária. O consumo de álcool para fins recreativos é um costume em nossa cultura, um ritual que celebra datas especiais, aproxima pessoas e relaxa, principalmente após o expediente.

Para o corpo, no entanto, a substância só faz mal. “O álcool não traz nenhum benefício à saúde. Pelo contrário, compromete fígado, pâncreas, coração, cérebro e rins”, afirma o médico clínico geral do Hospital VITA João Luiz Carneiro.

Casos agudos

De acordo com o médico, o estudante morreu em decorrência de uma parada respiratória: “Foi uma intoxicação aguda que levou à depressão do centro respiratório. Conforme ele foi bebendo, iniciou-se uma confusão mental, houve o rebaixamento dos níveis de consciência, depois o coma alcoólico e então a parada respiratória.”

Um caso fatal muito comum que ocorre com quem bebe grandes quantidades de álcool de uma vez só é a broncoaspiração. “Quando está rebaixando o nível de consciência, a pessoa vomita e aspira o próprio vômito, que vai pro pulmão, e então se afoga”, descreve Carneiro. Isso ocorreu com vários astros de rock, como o ex-vocalista da banda australiana AC/DC, Bon Scott, e o baterista do grupo britânico Led Zeppelin, John Bonham — ambos mortos em 1980, o primeiro com 33 e o segundo com 32 anos de idade.

Consumo crônico

O álcool também é prejudicial no longo prazo. A consequência para quem bebe frequentemente a vida inteira, durante 15, 20 anos, costuma ser a cirrose hepática. “É a destruição do fígado pelo excesso de álcool, que é metabolizado por esse órgão”, explica Carneiro. Junto com a cirrose, o alcoólatra pode desenvolver pancreatite crônica, que é a inflamação do pâncreas. A presença da substância na corrente sanguínea também afeta os rins, que filtram o sangue.

Quanto ao cérebro e ao coração, a abuso de álcool pode provocar, respectivamente, demência cerebral e insuficiência cardíaca, segundo o médico.

Tudo isso leva à morte. De acordo com estudo publicado no periódico médico Lancet em 2014, um quarto de todos os homens russos morre antes de chegar aos 55 anos devido à paixão pelo álcool, particularmente a vodca.

Qual a medida ideal?

O clínico geral afirma que não existe dose segura para o consumo de álcool. O ideal mesmo é não beber. Mas se isso soa impossível, é preciso saber a hora de parar.

“Se você está fazendo uso de álcool durante um evento e começou a ficar tonto, é o momento de interromper a ingestão”, recomenda. Beber água enquanto se toma bebidas alcoólicas também é uma boa medida. “O álcool desidrata, é importante repor esse líquido. Também procure comer junto. De estômago vazio, a bebida alcoólica irrita a parede estomacal e tem absorção mais rápida.”

Um pouquinho todo dia ou bastante nos fins de semana?

“Nenhuma dessas opções é saudável, mas se tiver de escolher uma, é preferível tomar um porre no fim de semana do que beber todos os dias”, diz Carneiro. Assim, o corpo terá toda a semana para metabolizar e expulsar o álcool. Se o consumo é diário, a substância está sempre presente na corrente sanguínea, prejudicando fígado, pâncreas, coração, cérebro e rins.

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