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Laxante, melhor não!
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Falta vontade de ir ao banheiro? Cuidado com o laxante que você escolhe para ajudá-lo nessa tarefa. Alguns dos produtos mais comuns no mercado podem irritar a mucosa intestinal, favorecendo o surgimento de lesões e de cânceres do intestino e do reto.

 

Uso controlado

Não é para sempre

Aumentar as fibras na dieta não foi suficiente e o laxante precisou entrar na rotina? Ele não pode ficar por muito tempo. Estudos mostram que, depois de nove meses de boa evacuação, o cérebro se adapta ao estímulo de evacuar mais do que estava acostumado, dispensando o remédio. Normalmente, o uso de laxantes não chega a tanto tempo. Duas a cinco semanas são períodos curtos e mais comuns, enquanto que meses apenas são indicados a casos graves, como idosos acamados ou pessoas se recuperando de um enfarto.

Escolha certa

Existem, atualmente, três principais tipos de laxantes: o incrementador de bolo fecal, que aumenta tanto o tamanho do bolo quanto o estímulo à evacuação, fazendo com que a pessoa vá mais vezes ao banheiro; os osmóticos, que se misturam ao bolo fecal e atraem água, deixando as fezes mais pastosas; e os irritantes da mucosa intestinal, os mais comuns no mercado, que fazem com que o intestino sofra um processo de contração e empurre o bolo fecal. É comum que cause cólica e irrite a parede do intestino, provocando uma mudança na anatomia e, eventualmente, o surgimento de lesões cancerígenas.

Novidade

Há, também, uma nova linha de medicamentos que ajuda no processo de evacuação, mas não é chamada de laxante. São remédios que aumentam o peristaltismo intestinal, mas ainda não fazem parte do receituário médico habitual, principalmente devido ao alto preço em comparação aos laxantes tradicionais. Esses medicamentos aumentam o movimento normal de “empurrar” o bolo fecal de uma forma ordenada, através das terminações nervosas, sem irritar a parede do intestino.

Mude a dieta

Antes de abrir o laxante, tente mudar os hábitos alimentares. A maioria dos pacientes, de acordo com os especialistas, precisa somente de uma mudança na dieta para melhorar. Inclua alimentos ricos em fibras, como a maçã, beba mais água, diminua os alimentos ricos em gordura e comece uma atividade física. Dê tempo para o organismo se adaptar ao novo ritmo e fique de olho nas mudanças do intestino.

Exames

Se transformar a dieta não deu certo, é hora de partir para os exames. Dois dos principais exames solicitados pelos médicos são o tempo de trânsito colônico e a defecografia ou defeco-ressonância. O primeiro verifica o tempo que o alimento leva para percorrer o sistema digestivo a partir de uma cápsula com marcador ingerida pelo paciente. Depois de cinco a sete dias, a pessoa passa pelo raio-x para verificar a velocidade do trânsito intestinal. A defecografia avalia a anatomia e também as funções dos órgãos pélvicos, identificando problemas de períneo ou de prolapso, que podem precisar de tratamento cirúrgico.

Atenção aos idosos

Com o tempo, todos ficam com o intestino mais ressecado, devido à redução na enervação do órgão. É comum, portanto, que os idosos não visitem o banheiro com tanta frequência, e que façam uso mais frequente dos laxantes. Alterações no ritmo intestinal, no entanto, podem ser sintomas de alguma doença do intestino e precisam ser investigadas através de uma colonoscopia, especialmente depois dos 55 anos.

Pode não ser constipação

O ideal é ir ao banheiro de uma a duas vezes ao dia, mas isso não é regra. Se você conseguir evacuar apenas duas vezes na semana, desde que sejam evacuações completas e satisfatórias, não há problema. O importante é sentir que tudo foi evacuado, e que as fezes não estão ressecadas.

Apertadas

2 a 3 mulheres para cada homem têm problemas de constipação. A resposta dessa prevalência está na infância, pois elas têm mais dificuldade em usar sanitários públicos para evacuar. Além disso, o intestino grosso das mulheres também favorece o ressecamento das fezes, e é mais frequente nelas os prolapsos retais e retoceles.

Fontes: Paulo Afonso Bianchini, proctologista e cirurgião do aparelho digestivo, médico do Hospital Samaritano de São Paulo, e de Eduardo Vieira, proctologista secretário-geral da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e professor da faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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