Cápsulas de ômega 3, multivitamínicos, vitaminas C e cálcio são os suplementos mais buscados pelas famílias brasileiras, e os mais consumidos, embora sem necessidade ou prescrição médica, na maior parte dos casos. De acordo com a pesquisa, divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), 54% das famílias brasileiras faz uso desses suplementos, sendo que a maioria busca os produtos uma vez por mês.

Ainda segundo a pesquisa, 19% das famílias buscam os suplementos pelo preço, 14% vão pela formulação e 13% escolhem pela marca ou procedência. O que muitas famílias desconhecem é que, para a maior parte dos casos, os suplementos são desnecessários na dieta.

“Uma pessoa que come normalmente e gasta energia com um pouco de atividade física não cria nenhum tipo de alteração metabólica ou deficiência nutricional que precise de uma suplementação”, explica Andrea Bottoni, médico nutrólogo, mestre em nutrição pela Univer­sidade Federal de São Paulo e diretor da Funzionali, clínica especializada em distúrbios alimentares.

Embora o consumo dos suplementos tenha como objetivo a melhora da alimentação e saúde, 76% dos entrevistados admitiram não fazer qualquer tipo de dieta. “Após se adequar a uma dieta, você vai ver se é o caso ou não de usar o suplemento. É mais prático, é a questão da moda e a fantasia de conseguir as coisas mais facilmente. Mesmo para quem tem indicação, é precisa ser utilizado dentro de um contexto, dentro de um plano”, explica Fábio Moura, presidente da Comissão Temporária para o Estudo da Endocrinologia, Exercício e Esporte da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (CTEEE), em comunicado da entidade.