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Mitos e verdades sobre hipertensão e hipotensão
| Foto: LETICIA AKEMI

1 – Bexiga cheia influencia a medida da pressão arterial.

Verdade. Quem nunca sentiu desconforto ao ficar com a bexiga cheia, que descruze as pernas. Essa sensação prejudica a aferição da pressão arterial, que pode apresentar uma hipertensão falsa. Esvaziar a bexiga é uma das orientações das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, assim como de não praticar exercícios físicos pelo menos 60 minutos antes, não ingerir bebidas alcóolicas, café ou outros alimentos que deixem a pessoa mais agitada e não fumar 30 minutos antes. Para verificar corretamente, a pessoa deve estar tranquila e sem estresse por perto.

2 – Hipertensão apresenta sintomas.

Mito. Pode apresentar, mas na maioria das vezes não há qualquer indicativo de que a pressão esteja ultrapassando os limites do aceitável. E, quando os sintomas surgem, são tão comuns que nem sempre a pessoa associa à pressão arterial elevada, como dor de cabeça, tontura e mal estar. Por isso, é importante verificar sempre a pressão, especialmente se há casos de hipertensão na família. Na pressão baixa, os indicativos são mais claros: desmaio, tontura, fraqueza e sonolência. Em dias quentes, pessoas com pressão mais baixa devem fugir de ambientes abafados e tomar água.

3 – Água colabora para elevar a pressão.

Verdade. Especialmente em dias quentes, quem tem a pressão abaixo dos 120mmHg por 80mmHg (12 por 8) deve se hidratar mais. A água faz com que as camadas musculares das artérias se contraiam e dilatem, ‘empurrando’ o sangue pelo corpo. Com isso, impedem que a pessoa com pressão mais baixa sinta fraqueza e desmaie, algo comum no verão. Por isso, quando alguém desmaia, indica-se passar água nos pulsos e na nuca – regiões de maior absorção. No caso dos hipertensos, o reforço hídrico não influencia na pressão arterial.

4 – Hipertensos podem apresentar pressão baixa também.

Verdade. Pessoas hipertensas que tomam medicamentos para a pressão arterial elevada podem tê-la reduzida além da conta, tornando-se hipotensas. Neste caso, cabe ao médico adequar a medicação do paciente, de forma que não abaixe demais. Este desequilíbrio é mais comum em indivíduos idosos, que apresentam pressão sistólica (quando o coração se contrai) mais alta que os adultos. Mesmo jovens com pressão baixa ou normal não estão livres de se tornarem hipertensos. Genética, estilo de vida, alimentação e sedentarismo colaboram para a elevação.

5 – Não existe o efeito do avental branco.

Mito. Especialistas estimam que 30% das pessoas na presença do médico, enfermeiro ou outro representante da área da saúde apresentam aumento da pressão arterial, indicando uma falsa hipertensão. O contrário também ocorre, apesar de raro. A hipotensão do avental branco ocorre em cerca de 10% dos pacientes e tende a ser mais perigosa, porque pode mascarar uma hipertensão. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, o efeito do avental branco é mais frequente em mulheres, brancos, idosos, pacientes com sobrepeso e obesos.

6 – Para diagnosticar a hipertensão, são necessárias várias aferições.

Verdade. Por causa do efeito do avental branco, é aconselhado verificar a pressão em vários locais, não apenas no consultório. Aferir na farmácia e na residência ajuda a confirmar ou alterar o diagnóstico de hipertensão. Certifique-se de que aparelho de aferição, seja o digital, de mercúrio ou o tradicional, com o manômetro, esteja calibrado e o manguito – a braçadeira do aparelho – esteja de acordo com o diâmetro do braço do paciente.

7 – Valores de pressões arteriais variam de acordo com a idade.

Verdade. A interpretação dos valores obtidos tanto em crianças quanto em adolescentes deve levar em conta a idade, o sexo e a altura. Após os três anos de idade, é recomendável que as crianças tenham a pressão aferida todo ano, como parte do atendimento pediátrico primário. Gestantes, idosos, obesos e pessoas com doenças crônicas, como diabete, também apresentam diferenças na hora de aferir. Os idosos podem apresentar valores falsos em diversos casos.

Fontes: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia; Geraldo Henrique Scheffer, cardiologista do Hospital Vita Batel; Marcelo Mazza, nefrologista do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e da Fundação Pró-Renal.

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