Saúde e Bem-Estar

Marina Mori, especial para a Gazeta do Povo

Reações a contraste são raras e ocorrem em diferentes intensidades

Marina Mori, especial para a Gazeta do Povo
17/08/2019 13:00
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Contrastes à base de iodo utilizados na radiologia convencional e tomografia computadorizada têm maior probabilidade de causar reações adversas. Foto: Bigstock.

Realizar tomografia computadorizada, raio-X ou ressonância magnética causa apreensão. Parte dela se deve ao temor ao contraste, geralmente injetado nas veias para facilitar a visualização de lesões em exames de diagnósticos por imagem.
Entre as reações adversas possíveis estão náuseas, coceiras, calorões e gosto metálico. Os tipos variam conforme o elemento químico que os compõe: os mais comuns são à base de bário, gadolínio e iodo, cada um utilizado em exames diferentes.
Na tomografia computadorizada e no raio-X, o contraste é iodado (iônico ou não iônico). Na ressonância magnética, o gadolínio, que dificilmente causa eventos adversos.

Reações adversas

Sintomas comuns
As reações adversas aos meios de contraste não são muito frequentes, mas podem acontecer em diferentes graus de severidade. Fernando Poralla, Membro do Grupo de Estudos de Meios de Contraste Radiológicos da SPR-Sociedade Paulista de Radiologia, explica algumas delas.

“As mais comuns, classificadas como leves, são sintomas como urticária, náuseas, dor de cabeça ou vômito e ocorrem em poucos pacientes. Reações graves, como edema de glote, são menos comuns. Casos fatais (como choque anafilático ou parada cardíaca) são raros”, afirma.

Alergias prováveis
Os contrastes à base de iodo utilizados na radiologia convencional e tomografia computadorizada têm maior probabilidade de causar reações adversas que o gadolínio, utilizado na ressonância magnética. Dentro da categoria dos iodados, os iônicos podem causar mais eventos comparados aos iodados não-iônicos.
Pacientes de risco 
Pessoas que já apresentaram reações adversas ao contraste são mais propensas a eventos adversos. Alérgicos, cardiopatas, diabéticos e pacientes com insuficiência renal são pacientes de risco.

“Por esse motivo, os médicos recomendam fazer um exame de creatinina para verificar a saúde dos rins, já que estes são órgãos excretores do contraste à base de iodo e à base de gadolínio”, explica Fernando Poralla.

Os especialistas também indicam a ingestão de água para manter o corpo hidratado e estimular o funcionamento saudável dos rins.
O mito dos frutos do mar
Durante anos, pessoas acreditaram que a alergia a frutos do mar seria um fator desencadeante de reações adversas, mas isso não é verídico. “As chances de uma reação são muito baixas”, afirma Fábio Cardoso de Almeida, médico radiologista.
De qualquer forma, antes do exame o paciente deve conversar com o médico radiologista sobre seu histórico de alergias. Assim, o profissional estará preparado para qualquer situação de emergência. “Apenas o radiologista é quem vai decidir utilizar ou não o meio de contraste durante o exame”, aponta o radiologista Marcelo Barbosa.
Medo infundado
O uso dos contrastes pode causar reações adversas tanto quanto medicamentos. “Assim como qualquer remédio, eles podem causar eventos adversos, conforme descrito em suas bulas”, lembra Poralla.
“Ao saber das possíveis reações que o contraste pode desencadear, as pessoas ficam apavoradas de fazer o exame”, diz Cardoso. O médico radiologista garante que todas as aplicações são seguras e seguem as diretrizes norte-americanas e europeias de radiologia.

5 a 10 minutos

Grande parte das reações alérgicas (95%) surge nos primeiros cinco a dez minutos após a aplicação do contraste, diz o radiologista Marcelo Barbosa. Porém, os sintomas podem aparecer até 48 horas depois, tempo máximo necessário para que o corpo elimine por completo os meios de contraste. Na maioria dos casos, as reações melhoram em minutos, sem que seja necessário tratamento.

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