A aula de ioga ensina como aprimorar qualidades necessárias a um bom policial. “A vida é ao mesmo tempo luta e fuga e aprender a esperar é importante. Na aula passamos exercícios que controlam o estresse, a ansiedade, ajudam no autocontrole e no relaxamento”, conta a instrutora de ioga da escola, Tânia Fraguas.
Todos os aprovados no concurso para a Polícia Civil, como investigadores e delegados, precisam passar um semestre na escola para poderem ser efetivados na carreira. O ioga foi incluído em outubro do ano passado como disciplina obrigatória. “A atividade do policial requer muita concentração e decisão rápida. O ioga ajuda nisso e foi colocado para trabalhar esse novo conceito de saúde dos policiais”, diz Rose Mary Gimenez, consultora em ensino de segurança pública e professora aposentada da Escola Superior da Polícia Civil, que ajudou na inclusão da disciplina no novo currículo.
A novidade causou resistência inicial. Alguns alunos consideravam a prática desnecessária e diziam que não combinava com a atividade de um policial. Com o tempo foram sentindo os benefícios. “Eles me relataram que em atividades em que precisam ter mais concentração e visão periférica, como no uso (legal) de armas, estão rendendo mais. Estão mais conscientes no ato corporal”, diz Tânia Fraguas.
Exercícios de respiração, por exemplo, ajudam a controlar o batimento cardíaco, o que no caso de uma ação estressante pode diminuir a produção de adrenalina e ajudar na tomada de decisões. Agora, os alunos policiais pedem mais de uma aula por semana. “Passamos por um preparo físico pesado e é bom ter um momento para relaxar, colocar a coluna no lugar”, diz Carlos César Cardoso, 40 anos, agente na delegacia de Homicídios.
Até agora, 900 policiais tiveram aula de ioga na escola. A atividade também está sendo implantada para a guarda municipal de São José dos Pinhais e pode ser incluída na Academia do Guatupê – da Polícia Militar – como disciplina opcional.
