Saúde e Bem-Estar

Michele Bravos, especial para a Gazeta do Povo - micheleb@gazetadopovo.com.br

Tem diferença?

Michele Bravos, especial para a Gazeta do Povo - micheleb@gazetadopovo.com.br
17/04/2011 03:18
O sal foi moeda de troca, presente de boas-vindas, pagamento de soldados e agente contra a proliferação de bactérias. Hoje, é alvo de atenção quando o assunto é saúde, já que o brasileiro costuma consumir 13mg de sal por dia, enquanto que o ideal seria 6mg, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A nutricionista Giselda Wisnievski, supervisora de Nutrição do Hospital Vitória, explica que o chamado “sal marinho”, no seu estado mais puro, sem refinamento, é um pouco mais saudável que o refinado, por ser menos processado e, assim, preservar importantes minerais, como o cálcio e o magnésio (além disso, é mais consistente).
A nutricionista lembra, no entanto, que tanto o sal marinho quanto o refinado apresentam quantidades similares de sódio e o consumo de ambos deve ser controlado. “O teor de sódio máximo para consumo no dia é de 2,4g. O excesso de sal, além de hipertensão arterial e edema, pode provocar broncoespasmos em pessoas asmáticas”, diz a nutricionista.
Giselda alerta ainda que o uso excessivo do sal refinado pode desenvolver cálculos renais e vesiculares, devido aos aditivos químicos incorporados no refinamento. Com o sal não refinado, não há estudos que comprovem tal efeito.
Para a nutricionista, não há como tomar partido por um tipo de sal ou por outro. “Se o sal (marinho não refinado) é tão mais caro, não tem motivo para você encarecer o seu cardápio. Sou da opinião que não devemos exagerar e devemos prestar atenção na qualidade do sal. Observe se a concentração de iodo está entre 2mg e 6mg por 100g do produto.” A quantidade de iodo necessária ao organismo nem sempre pode ser suprida de outras maneiras. Por isso, “um pouquinho de sal não faz mal a ninguém.”
Preço
Por mais que o sal marinho não refinado mantenha algumas propriedades, a isenção do refinamento o mantém com impurezas e, além disso, o seu custo é elevado. O doutor em engenharia civil e ambiental Rodrigo da Silveira, professor do curso de Engenharia Ambiental da PUCPR, explica que o processo para a produção do sal marinho integral demanda mais tempo de trabalho, o que o encarece. Os pacotes de 1 quilo do sal marinho não refinado, por exemplo, custam mais que o dobro do sal comum (grosso ou moído).