Acidulantes, adoçantes e corantes artificiais nos salgadinhos; hormônios nas carnes e os sais industrializados em temperos prontos não saem do corpo tão facilmente quanto se imagina. Acumulados no fígado, essas substâncias são incapazes de ser absorvidas e sobrecarregam o trabalho hepático e intestinal, gerando dor de cabeça, irritação, problemas dermatológicos e alergias. Dietas desintoxicantes tentam mandar para fora esses elementos tóxicos, mas não devem substituir nenhuma refeição para atingir esses objetivos, alertam os especialistas.
Com sucos que misturam frutas e vegetais, as dietas detox beneficiam muito mais o intestino do que o fígado, órgão que acumula as toxinas dos alimentos industrializados, segundo a nutricionista Simone Biesek, professora coordenadora do curso de nutrição da Unibrasil. “Hoje as pessoas não têm mais um intestino que funciona tão bem, por causa da má alimentação, e essas dietas incluem fibras que ajudam na eliminação. Para que o fígado seja beneficiado, uma semana de sucos detox não é suficiente, é preciso uma redução geral nos alimentos industrializados, menos álcool, frituras e gorduras trans”, diz ela.
Ainda assim, incluir abacaxi, couve, chá verde e gengibre, alguns dos principais representantes das dietas, nas refeições diárias, acelera o metabolismo e a frequência cardíaca, causando uma sensação de bem estar no organismo. “Os sucos detox mais famosos são a base de chá verde e água de coco, e quando adicionamos couve, deixamos ele tipicamente desintoxicante. Ainda assim, os sucos não atingem, normalmente, o potencial calórico de uma refeição e não devem ser substitutos, mas devem acompanhar o almoço ou o jantar”, reforça a nutricionista e professora do curso técnico em Nutrição e Dietética do TECPUC, Sílvia Spinelli.
Consequências físicas
O excesso desses elementos intoxicantes pode gerar danos no corpo. De acordo com a nutricionista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Camila Caroline Przepiura, sintomas como dores de cabeça e irritabilidade podem significar mais que um mal estar. “Há também casos de dermatites e urticárias que estão relacionadas ao acúmulo dessas substâncias xenobióticas, compostos que não deveriam estar presentes no organismo”, afirma.
