Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Saiba como perseverar numa rotina mais saudável

Amanda Milléo
31/01/2015 02:10
Melhorar a dieta, começar a fazer exercícios físicos e diminuir ou largar o cigarro são as recomendações mais ouvidas nos consultórios de qualquer médico. Mudanças drásticas nos hábitos de vida, porém, não funcionam e manter a nova rotina por mais de seis meses exige não só força de vontade, como também estratégias de fuga de ideias como “hoje eu mereço”, “só uma última vez” e “a partir de segunda-feira eu paro”.
Avisar parentes, amigos e colegas de trabalho das mudanças que está pensando em fazer é uma das primeiras atitudes rumo à nova rotina. Os colegas podem ajudar dando apoio ou mesmo cobrando nos momentos de fraqueza, de acordo com a pesquisadora em motivações para mudanças e psicologia cognitiva da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Karen Szupszynski.
Espalhar lembretes pela casa com os resultados que se quer ter, seja emagrecer, parar de fumar, ser mais ativo, mantém o foco. Para tanto, tenha objetivos simples, mas fortes. “Se você quer emagrecer para se sentir mais bonita, esse é o motivador mais forte e é ele que vai funcionar e não só ‘caber em uma calça tamanho x’”, afirma Karen.
Fuja da fissura
Tentar parar de fumar no fim de ano ou nas férias pode não ser a melhor ideia. Estar cercado de outros fumantes ou em situações que normalmente fumaria atrapalha a vontade de parar, de acordo com a gerente do serviço de psicologia do Hospital do Coração (HCor), Silvia Maria Cury Ismael. O momento mais propício é durante a rotina, e a pessoa deve ter consciência de que poderá ser difícil e o que ela vai perder, o cigarro, é menor diante do que ela vai ganhar. “Isso nem sempre eles sabem”, afirma Silvia.
Primeiro passo: jogue fora os isqueiros e fósforos, e deixe de comprar o cigarro. Mastigar alivia o nervosismo, portanto chicletes, cenoura picada, canela e gengibre podem ajudar. “Nos momentos de fissura, não espere que a vontade passe sozinha. Levante para conversar com um colega, tome água, ligue para alguém, marque uma reunião”, sugere Karen.
Fidelidade na academia
Não tenha medo de mudar as estratégias quando o tédio bater. Seis meses é o período mínimo para que as mudanças apareçam, mas nesse tempo as pessoas tendem a abandonar os exercícios por falta de estímulo. Busque exercícios diferentes, baixe aplicativos que detalhem o desempenho e ajudem a manter o pique, como o Nike+Running ou Adidas Micoach. A maioria é vinculada às redes sociais e toda “curtida” acaba servindo como um bom incentivo.
Arregace as mangas na cozinha
“Eu mereço” é o pensamento que mais influencia as recaídas de quem está tentando manter uma dieta saudável. Se chegar em casa com a fome exagerada é rotina para você, preparar a própria refeição é uma maneira de reduzir o apetite. Antes, faça um suco de massa de banana verde, rico em fibras, que ajuda a controlar o impulso de pedir o fast food. “A vontade de comer é cerebral e ver o alimento sendo preparado é um exercício de autocontrole”, afirma a nutróloga Débora Froehner.
Conheça as feiras ao ar livre da cidade e compre lá as frutas e hortaliças. Levar uma lista de compras fechada ao supermercado, não ceder aos alimentos ultraprocessados (aqueles com mais açúcar, gordura e aditivos que qualquer outro ingrediente) e preparar a maior parte das refeições em casa são as principais regras dos especialistas em nutrição.
Vai dar tempo
“Não tenho tempo” é a primeira resposta que vem à mente quando a ideia é mudar hábitos. Há quem use o argumento como desculpa, mas também quem não consiga se organizar. Comprar uma agenda, um calendário grande e canetas coloridas facilita as mudanças da nova rotina.
Organizar o tempo é nada mais que colocar horários nas tarefas a cumprir. “Faça uma planilha das 8 às 23 horas e deixe espaços de meia em meia hora, ou de hora em hora, e respeite os compromissos que combinar”, sugere o especialista em gerenciamento de tempo e professor da FAE Centro Universitário, Emílio de Castro Paiva. Ter as tarefas sempre à vista, divididas por cores, ajuda o cérebro a interpretar a importância delas, que gravará melhor os objetivos.