Saúde e Bem-Estar

Raquel Derevecki

Se o seu corpo está dando estes sinais, você está apaixonado

Raquel Derevecki
12/06/2019 11:52
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A paixão também traz mudanças na frequência respiratória, costuma dilatar as pupilas e causar tremores, suor e falta de apetite. Foto: Bigstock

Você olha para aquela pessoa especial e sente o coração acelerar. Quando se aproxima dela, a frequência da sua respiração fica mais forte, as pernas tremem e seu corpo começa a suar. Com o passar dos dias, o apetite diminui, há dificuldade para se concentrar, dormir e coisas simples do dia a dia são esquecidas enquanto “aquela pessoa” não sai da sua cabeça. Calma! Você não está doente, mas apresenta os sintomas da paixão.
De acordo com o psicólogo José Palcoski, do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), em Curitiba, as tradicionais palpitações e o “frio na barriga” ao se aproximar de alguém ocorrem devido à liberação de adrenalina no organismo quando há interesse pela outra pessoa.

“A paixão tem sintomas semelhantes aos da ansiedade porque os hormônios liberados quando você pensa na outra pessoa ou está com ela são os mesmos”, explica.

Com isso, além do aumento na pressão arterial, a paixão também traz mudanças na frequência respiratória, costuma dilatar as pupilas e causar tremores, suor e falta de apetite. “Quando amamos, nosso organismo é ativado ao ponto de termos uma diminuição em nossa capacidade de percepção da dor e também da fome, tudo no intuito de nos mantermos focados na pessoa amada”, destaca o especialista.
Segundo ele, essa reação do organismo é muito intensa e pode até afetar a realização de atividades rotineiras, já que a pessoa terá dificuldades para se concentrar, dormir e lembrar de alguns compromissos, por exemplo. No entanto, o psicólogo garante que esses sintomas são passageiros e, em pouco tempo, serão substituídos por uma forte sensação de bem estar.
A fotógrafa Thammy Caroline Pereira, de 28 anos sabe muito bem como isso funciona. Colega do biólogo Bruno Ariede, 33, por muitos anos, ela estava acostumada a conversar com ele sem preocupações. No entanto, bastou uma amiga afirmar que eles combinavam para que os olhares se tornassem diferentes, as conversas se estendessem e os sintomas incomuns aparecessem. “Eu ficava nervosa, meu coração acelerava e eu ainda sentia um embrulho no estômago quando saíamos juntos.
Thammy e Bruno. Foto: Estudio Reversa
Thammy e Bruno. Foto: Estudio Reversa
Mas não demorou para que a a moradora de São José dos Pinhais percebesse que o nervosismo havia sido substituído pela felicidade. “Não lembro exatamente quando ocorreu. Só sei que eu ficava feliz em pensar no Bruno, gostávamos de conversar e eu queria dividir com ele todos os momentos”, relata a jovem, que sabia qual era o motivo para isso: “era uma pessoa, era ele”.

O hormônio do amor

As relações amorosas, de acordo com o psicólogo Palcoski, aumentam a liberação de ocitocina no organismo — conhecido como o hormônio do amor — e isso ativa a sensação de prazer e de bem estar físico e emocional que foram percebidos pela fotógrafa.

“Ao iniciarmos um relacionamento amoroso, esse hormônio age no organismo, estimulado pelo contato físico, um carinho ou um abraço”.

Além disso, a produção dessa substância aumenta a sensação de segurança e fidelidade entre o casal, e também ajuda os apaixonados a se sentirem mais otimistas em relação à vida. “No meu caso, por exemplo, comecei a me cuidar de forma diferente e a ter mais vontade de fazer as coisas darem certo, tanto no relacionamento como na vida profissional”, afirma a paranaense, que passou a dedicar-se à fotografia após o início do namoro.
Foto: Estudio Reversa
Foto: Estudio Reversa

“Colocar uma segunda pessoa nos seus planos te faz olhar o futuro com mais responsabilidade, e saber que tem alguém te dando apoio e confortando durante o caminho torna a caminhada mais prazerosa”, garante Thammy, que está noiva e se casará no mês de julho.

Segundo o psicólogo, isso ocorre porque as pessoas se enxergam de maneira diferente durante o relacionamento amoroso e passam a se sentir mais completas e capazes. Com o tempo, isso pode trazer benefícios reais na vida profissional, fortalecer os laços do casal e ainda melhorar a saúde dos dois.
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