Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Surto de sarampo nos Estados Unidos alerta turistas brasileiros

Amanda Milléo
29/01/2019 19:16
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Casos de sarampo em outros países alerta turistas brasileiros (Foto: Bigstock)

Os Estados Unidos têm sofrido com o aumento nos casos de sarampo. As regiões de Nova York e de Washington tiverem os piores surtos da doença. No começo do mês de janeiro desse ano, a imprensa local alertou para 182 casos confirmados no estado nova-iorquino. O estado de Washington confirmou 36 casos da doença no início da semana e o governador declarou estado de emergência para a região

Quem está viajando para esses locais precisa ficar atento à carteirinha de vacinação. Se não tiver sido vacinado na infância (com duas doses da vacina aos 12 e 15 meses) ou se não tiver a lembrança (e comprovação pela carteirinha), vale o reforço na imunidade. A vacina contra o sarampo é distribuída gratuitamente pelo Ministério da Saúde para todo o território nacional.

Se você não tem viagem marcada para os Estados Unidos, mas está pensando em visitar a Europa, também precisa estar atento. Mais de 40 mil pessoas, entre crianças e adultos, foram infectados pelo sarampo em 2018 – representando um aumento de 600% em três anos. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em agosto do ano passado, e destacam a França, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia, Geórgia e Ucrânia como países com maior número de casos.
Se as suas férias não serão fora do Brasil, a vacinação não deve ser descartada. Dentro do território nacional, a proteção contra o sarampo é imprescindível visto que, atualmente, há dois surtos de sarampo no país localizados em Roraima e Amazonas – além de outros nove estados confirmarem casos isolados, como o Rio Grande do Sul. De acordo com boletim publicado pelo Ministério da Saúde no início de janeiro, foram confirmados 10.247 casos de sarampo, e 12 mortes pela doença.

Quem não vai viajar também deve se vacinar

O brasileiro continua acreditando que adultos só precisam se vacinar se forem viajar, e isso não é verdade. Conforme explica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, a população precisa ter em mente que há um surto de sarampo no território nacional e a única forma de manter a doença longe é através da vacinação.

“Precisamos alertar que o brasileiro precisa estar vacinado. Corremos o risco de perder a condição de doença eliminada do país. Isso é grave para nós e para o mundo todo, pois significa mais um local de risco. Enquanto a Europa tiver casos de sarampo, nós corremos o mesmo risco. Enquanto a Venezuela também tiver, o risco chega até nós. Caso um viajante que vá para esses locais e adoeça, muitos outros podem adoecer no Brasil”, explica a médica. 

A vacina contra o sarampo está na lista dos imunizantes de rotina, e é indicada a quem não se vacinou na infância ou quem não tem certeza da proteção. “Não tem problema nenhum tomar de novo [caso a pessoa não se lembre]. Infelizmente, boa parte dos adultos não tem a carteirinha e a única forma de ter certeza da vacina é pela carteirinha”, reforça a médica.
Conforme o Calendário Nacional de Vacinações para adultos, se a pessoa não recebeu a vacina na infância (com duas doses aplicadas aos 12 e aos 15 meses) são indicadas duas doses em um intervalo mínimo de um mês entre elas, até os 29 anos.
Entre os 30 e 49 anos, uma única dose é recomendada. “Para adultos com esquema completo, não há evidências que justifiquem uma terceira dose como rotina, podendo ser considerada em situações de surto de caxumba e risco para a doença”, traz a informação no calendário.
Nos últimos 90 dias de surto ativo, essa faixa etária foi a mais acometida pela doença, com 1.729 casos, concentrando 30,6% das confirmações. Foto: Bigstock.
Nos últimos 90 dias de surto ativo, essa faixa etária foi a mais acometida pela doença, com 1.729 casos, concentrando 30,6% das confirmações. Foto: Bigstock.

Sarampo: uma doença “leve”?

Extremamente contagiosa, como lembra o Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença infecciosa, de origem viral e grave. É transmitida pela fala, tosse ou espirro e tem como principal forma de prevenção a vacina. Em 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde ofereceu ao Brasil o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo – em 2018, porém, o país passou a enfrentar surtos da doença, que continuam aparecendo.
Dos principais sintomas decorrentes da infecção, a médica infectologista do hospital Osvaldo Cruz, em Curitiba, Vanessa Strelow, alerta para febre alta, lesões na pele com vermelhidão ou manchas vermelhas.

“Não há remédio específico contra o sarampo, mas medicamentos que ajudam no controle dos sintomas. Como não há tratamento específico, a doença pode ser muito grave. As pessoas acham que é uma doença leve, porque não se vê mais casos de sarampo, mas a pode trazer sequelas neurológicas e até levar à morte. Quem voltou de viagem e apresentar esses sintomas, deve procurar um serviço de saúde”, alerta a infectologista. 

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