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Proibição passa a valer para a produção e comercialização dos termômetros e medidores com mercúrio, mas não ao uso domiciliar (Foto: Bigstock)
Proibição passa a valer para a produção e comercialização dos termômetros e medidores com mercúrio, mas não ao uso domiciliar (Foto: Bigstock) | Foto:

Desde o dia 1º de janeiro de 2019 estão proibidas a fabricação, importação e comercialização de termômetros e medidores de pressão (esfigmomanômetros) que usam a coluna de mercúrio para o diagnóstico. A medida é válida para todo o país e visa a redução no risco à saúde e ao meio ambiente, conforme compromisso assumido pelo Brasil, e mais 140 países, na Convenção de Minamata, assinada em 2013. A Convenção prevê que o mercúrio seja eliminado de diferentes itens, como pilhas, lâmpadas e equipamentos de saúde.

Quem tiver tais aparelhos em casa não precisa se preocupar, conforme alerta o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde que o termômetro e medidores estejam íntegros – sem a quebra do vidro –, o uso doméstico está liberado. Vale, porém, os cuidados no armazenamento e na manipulação para que o produto não  quebre.

Se preferir de desfazer do termômetro com mercúrio, a orientação da Anvisa é que busque pelos serviços de coleta de lixo de cada município.

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Riscos

A proibição da fabricação e venda dos termômetros e medidores que contêm mercúrio está relacionada aos riscos que a substância pode trazer ao meio ambiente e também à saúde. Conforme informações divulgadas pela Anvisa, o estudo Diagnóstico Preliminar sobre o Mercúrio no Brasil prevê que uma exposição a 1,2 mg de mercúrio por poucas horas pode levar à bronquite química e à fibrose pulmonar em seguida.

Há ainda o risco de gerar problemas ao sistema nervoso central e à tireoide, se a exposição ao mercúrio levar longos períodos. No entanto, de acordo com João Soares Nunes, oncologista clínico do Hospital Erasto Gaertner, a contaminação por mercúrio proveniente de um termômetro ou medidor de pressão não é tão preocupante para a saúde do paciente. “A quantidade necessária para intoxicar uma pessoa por mercúrio é maior que aquela presente em um termômetro de mercúrio. Mas, caso a pessoa seja exposta repetitivamente ao longo da vida, ou se for uma criança, bebê, pode, sim, ter consequências mais graves”, explica o médico.

Uma vez absorvido pelo organismo (seja através da ingestão pela boca ou absorção pela pele), o mercúrio não consegue ser eliminado. “Com o passar do tempo, isso pode levar a complicações neurológicas, alterações de sensibilidade, entre outros problemas”, reforça o oncologista.

2 termômetros com a coluna de mercúrio tinham o registro da Anvisa em 2016, segundo levantamento realizado pela própria entidade. Em comparação, foram fornecidos no mesmo período 63 registros para termômetros digitais, o que demonstra que a tecnologia do mercúrio vem sendo substituída no país. 

Dos medidores de pressão, apenas um com mercúrio tinha o registro da Anvisa, contra 42 registros de medidores que não usam a substância.  

Termômetros e medidores com mercúrio passam a ser proibidos no Brasil Descarte adequado do produto com mercúrio é essencial para a não contaminação no meio ambiente (Foto: Bigstock)

Entrei em contato com mercúrio

Em caso de acidente, e com contato direto com a substância, o primeiro passo, de acordo com João Soares Nunes, médico oncologista clínico, é que o paciente lave o local com água e sabão.

“Não tem muito o que fazer, a não ser retirar o excesso com água e sabão e não ingerir, nem passar nos olhos. Não é necessário um acompanhamento médico porque um pequeno termômetro não possui uma quantidade de mercúrio que contaminaria uma pessoa a ponto de ela ser envenenada. Caso tenha outro sinal, neurológico, busque um médico”, reforça o especialista. 

Quebrei o meu termômetro com mercúrio, e agora?

Em caso de acidente com o termômetro com mercúrio em casa, siga as seguintes recomendações da Anvisa:

  • Não permita que crianças brinquem com as bolinhas de mercúrio.
  • Coloque uma luva e uma máscara e recolha com cuidado os restos de vidro com uma toalha de papel e coloque em um recipiente resistente e feche hermeticamente.
  • Localize as “bolinhas” de mercúrio e junte-as com cuidado utilizando um papel cartão ou similar. Recolha as gotas de mercúrio com uma seringa sem agulha. As gotas menores podem ser recolhidas com uma fita adesiva.
  • Transfira o mercúrio recolhido para o recipiente de plástico duro e resistente, feche hermeticamente e cole um rótulo indicando o que há no recipiente.
  • Recipientes que acondicionem mercúrio líquido ou seus resíduos contaminados devem estar armazenados com certa quantidade de água (selo hídrico) que cubra esses resíduos, para minimizar a formação de vapores de mercúrio.
  • Identifique o recipiente, escrevendo na parte externa: “resíduos tóxicos contendo mercúrio”.
  • Não use aspirador, pois isso vai acelerar a evaporação do mercúrio, assim como contaminar outros resíduos contidos no aspirador.
  • Coloque o recipiente em uma sacola fechada.
  • Entre em contato com o serviço de limpeza urbana do seu município ou órgão ambiental (Estadual ou Municipal) para saber como proceder a entrega do material recolhido.

Descarte

A forma de descarte varia de acordo com a cidade. Para saber como proceder, entre em contato com a empresa de coleta de lixo de seu município. Em grande parte das cidades, como por exemplo em Curitiba, o termômetro e o medidor com mercúrio devem ser descartados como lixo tóxico. O descarte de lixo tóxico na capital paranaense deve ser feito nos caminhões de coleta que permanecem, periodicamente, próximos a um dos terminais de ônibus da cidade. Os caminhões esperam pelos lixos sempre das 7h30 às 15h e o calendário das coletas, em cada terminal, pode ser visto aqui.

É possível descartar, além dos termômetros, pilhas, baterias, toners de impressão, embalagens de inseticidas, tintas, colas, solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, equipamentos eletrônicos portáteis, óleos de origem animal e vegetal, desde que embalados em garrafas PET de 2 Litros.

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