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Testosterona não é um hormônio único e exclusivo dos homens, e a sua redução no organismo feminino – comum na menopausa – acentua os sintomas do período. A reposição nas mulheres ainda não tem um consenso na literatura médica, mas os benefícios tendem a superar os riscos. Às mulheres saudáveis na menopausa a reposição pode ser indicada, desde que com acompanhamento médico e por tempo limitado.

Médicos desconfiam de que houve redução da testosterona quando as pacientes tem uma reclamação específica: a diminuição da libido. “É um dos principais motivos, mas é muito importante que elas entendam que a libido feminina não sofre influência de apenas um fator. O fator psicológico e a aceitação da menopausa também afetam. Há pacientes que fazem uso da testosterona, mas não melhoram”, explica Maria Eduarda Souza, ginecologista e obstetra da Paraná Clínicas.

Não adianta, também, aumentar a dosagem do hormônio masculino, visto que a quantidade que o corpo feminino necessita é pequena. Como boa parte da produção industrial de testosterona é voltada aos homens, não há opções medicamentosas para mulheres. A solução é a manipulação, seja em forma de gel ou via oral. A testosterona só pode ser adquirida com receita médica.

“A testosterona é um hormônio usado hoje na melhora da libido, mas não tem uma ampla aplicação. Com a libido, a mulher sente um bem estar, melhora a disposição. Mas não é também nenhum milagre. É um medicamento e o tratamento é de pequeno a médio prazo”, reforça Marcos Takimura, ginecologista e obstetra, coordenador de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Positivo.

Geralmente, os sintomas tendem a ser mais intensos no início da menopausa e, ao longo dos anos, vão se abrandando. Com eles, reduz-se o uso da testosterona. “Isso é acompanhado no tratamento. A paciente que é mais jovem acaba usando por mais tempo, mas outras usam por um período e depois tem uma pausa a cada um ou dois anos. A tendência é não usar por mais de cinco anos”, explica a médica.

Riscos

Quando usada sem o acompanhamento por exames e orientações médicas, a testosterona pode levar a efeitos masculinizantes, com o aumento na quantidade de pelo corporal, acne, queda de cabelo, engrossamento da voz, oleosidade na pele, aumento no peso e deixando o perfil mais masculino.

A testosterona também aumenta o risco de problemas cardiovasculares e o fígado deve ser monitorado com frequência. “Das contraindicações importantes, pacientes que tiveram câncer de mama, com problemas hepáticos ou algum sangramento uterino devem evitar a reposição”, diz Maria Eduarda Souza.

“A mulher que reclame dos sintomas, antes de receber a indicação da testosterona, é preciso avaliar quanto do calorão, cansaço e falta de ânimo está relacionado ao hormônio. Muitas podem usar a testosterona e ter um benefício real. Vemos bastante isso e como elas melhoram a qualidade de vida, quando for bem indicada” – Maria Eduarda Souza, médica ginecologista e obstetra da Paraná Clínicas.

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