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Torceu o pé? Lesão pode ocorrer em três níveis de gravidade

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06/08/2019 18:00
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O movimento de torção mais comum é a inversão do pé, forçando a articulação para fora. Foto: Bigstock.

A entorse no tornozelo pode gerar desde uma lesão leve a até um quadro mais grave, segundo os ortopedistas Antônio Krieger e Eduardo Fanchin Rocha.
Com o aumento da prática esportiva pela população, esse tipo de torção tornou-se mais frequente nos pronto-atendimentos ortopédicos.
No Brasil, o futebolzinho de fim de semana  responde por grande número dos casos, assim como a prática do tênis, basquete, vôlei e esportes de contato e de saltos. Entorses em situações corriqueiras também são comuns, principalmente entre mulheres, pelo uso de calçados com salto alto. Terrenos e calçamentos irregulares facilitam muito as torções. Confira mais informações dos especialistas:
Fatores que predispõem
Entre os fatores individuais que facilitam as entorses de tornozelo estão obesidade, falta de preparo como alongamentos e fortalecimento muscular dos membros inferiores, alterações anatômicas como pés cavos e hiperlaxitude ligamentar (ligamentos mais elásticos).
Medidas preventivas
O uso de calçados apropriados para cada modalidade esportiva, cuidados redobrados quando em terrenos irregulares e preparação física adequada são as principais medidas preventivas.
Sinal amarelo
Dor intensa, perda do sentido de firmeza ao pisar, inchaço e roxidão local, indicam que o paciente deve procurar atendimento médico.

Inversão é a mais comum

O movimento de torção mais comum é a inversão do pé, forçando a articulação para fora. Neste caso, é bastante provável que haja lesão de algum dos ligamentos talofibular anterior e posterior e calcaneofibular que ligam a fíbula (um dos ossos da canela) à ossatura que compõe o pé. Os casos de eversão do pé (quando o pé vira para dentro) são menos comuns e afetam o ligamento deltoide, exigindo maior tempo de recuperação.

Compressa
Em todos os casos, o ideal é elevar o membro e fazer uma compressa de gelo – que tem efeito anti-inflamatório e analgésico – no local afetado, para prevenir o inchaço. A pessoa deve evitar a movimentação por um tempo e procurar atendimento médico.
Após avaliação médica, geralmente é solicitada uma radiografia para excluir eventuais fraturas e luxações. As entorses leves são tratadas com enfaixamento, repouso, anti-inflamatórios e gelo local. Os casos mais graves necessitam imobilização mais cuidadosa, como botas com velcro, com uso de 2 a 4 semanas.
Cirurgias são raras
Em geral, na maior parte das entorses deve-se apenas evitar movimentos que causem impacto ao pé, respeitando o tempo de regeneração dos tecidos que compõem a articulação do tornozelo. A cirurgia não é frequente na fase aguda (inicial), sendo mais comum na fase tardia em pacientes que ficaram com o tornozelo doloroso e instável (entorses de repetição).

Recuperação

O objetivo do tratamento é a obtenção de um tornozelo estável, funcional e indolor. O tempo de recuperação varia conforme o grau da lesão. É indicada fisioterapia no seguimento para quase todas as entorses graves e mesmo para as leves.

Retorno
Entre duas a três semanas após o atendimento médico, é importante o retorno ao ortopedista, que fará uma reavaliação clínica, testando a estabilidade. Exames auxiliares como radiografias com estresse e ressonância nuclear magnética podem ser necessários nesta fase.

Qual é a gravidade?

A gravidade dos entorses se divide em três níveis.
• 1º nível: há estiramento dos ligamentos, mas não há ruptura deles.
Pode haver alguma dor e inchaço. A recuperação acontece entre duas a quatro semanas.
• 2º nível: há ruptura parcial dos ligamentos e pode haver instabilidade na articulação.
Este grau da lesão é acompanhado de dor, edema e rigidez articular, de moderado a severo. A recuperação fica entre seis a oito semanas.
• 3º nível: os ligamentos são totalmente rompidos.
A dor cessa após o trauma, devido ao rompimento também das terminações nervosas. Acompanha a instabilidade no pé e a falta de “firmeza” ao andar. A recuperação deve ficar entre seis a oito semanas. Pode ser necessária uma bota estabilizadora para auxiliar a caminhada, pois outra entorse pode ocorrer, pela falta da sensibilidade ao pisar.
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