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Um dos principais receios  dos médicos geriatras é com relação à queda de uma pessoa idosa. Além de ser de difícil tratamento — em alguns casos exigindo procedimentos cirúrgicos, que demandam tempo e paciência para a recuperação —, o acidente está relacionada ao aumento no risco de mortalidade e, muitas vezes, ocorre por causa da mudança de grau dos óculos realizada sem a devida adaptação.

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De acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, em 2016 foram registradas 461 mortes por quedas, apenas no Paraná. Destas, 279 (ou 60%) acometeram pessoas entre os 55 e 74 anos de idade, sendo que a partir dos 60 anos a pessoa é considerada idosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Todo cuidado para evitar uma queda, portanto, é essencial na manutenção da qualidade de vida do paciente e isso perpassa a saúde visual. Substituir o óculos do idoso sempre que o grau não estiver de acordo faz parte das medidas de prevenção, embora a adequação ao novo óculos exige atenção redobrada pelo aumento no risco nas quedas.

Evitar o desequilíbrio

Estudo publicado na revista científica da Academia norte-americana de Optometria alerta que o uso de lentes bifocais ou a adição progressiva das lentes tornam o risco de queda duas vezes maior, e evitar esse tipo de óculos entre os idosos é a sugestão de Wallace Chamon, médico oftalmologista, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

“Uma sugestão eventual é o uso de óculos separados, um para ver de perto e outro para ver de longe, ao invés de optar por um multifocal. Tudo depende do quadro clínico do paciente, que nem sempre se acostuma ao óculos com dois graus diferentes, o que pode levar a um desequilíbrio”, explica o especialista.

Investir na qualidade da lente também pode ser um fator positivo, visto que a tecnologia disponível hoje reduz o desconforto da adaptação. Cristiano Toesca Espinhosa, médico oftalmologista do Centro Paranaense de Oftalmologia e do hospital VITA, sugere: “hoje temos lentes que oferecem uma amplitude maior de captação da imagem. Quanto menores forem as distorções na qualidade visual, melhor será a visão.”

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Da mesma forma, manter o óculos no rosto, durante os primeiros 20 a 30 dias, acelera a adaptação. “Se o paciente fica tirando o tempo todo o óculos do rosto, trocando pelo óculos antigo ou deixando de lado, isso dificulta a adaptação. Se mesmo tomando todos os cuidados, não houver adaptação em um mês, a orientação é voltar ao médico oftalmologista, até para ver se o grau do óculos está adequado ou se tem algum erro”, explica Espinhosa.

Mudança brusca de grau? Procure um oftalmologista

Idosos com saúde ocular não apresentam, de forma geral, grandes variações no grau, frisa Chamon. Se houver, pode indicar doenças mais importantes na visão.

“Uma catarata, por exemplo, faz com que o grau mude com frequência e, eventualmente, nessas situações seria indicado não receitar os óculos, mas a cirurgia”, indica.

Isso não significa que o idoso não tenha qualquer alteração no grau de uma miopia ou hipermetropia, mas é uma mudança gradativa e, geralmente, pequena. “Alterações abruptas ou intensas também poderiam levar a um desconforto de equilíbrio e estão associadas a doenças oculares”, reforça o especialista.

Mesmo mudanças que, em um primeiro momento, parecem positivas podem indicar doenças mais graves: “As pessoas que são hipermetropes ou míopes e que passam a enxergar melhor, esses são sinais que podem indicar catarata”, diz Chamon. Pacientes que passaram por uma cirurgia de catarata, como há mudança importante na visão, também têm risco maior de desequilíbrios e quedas nos primeiros dias.

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