Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Usar chinelo no banho, seja em casa ou no clube, reduz risco de doenças e acidentes

Amanda Milléo
09/11/2018 11:00
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Fazer uso do chinelo durante o banho ajuda como barreira contra infecções fúngicas, como as micoses (Foto: Bigstock)

Parece exagero usar chinelo no banho, mas não é. O calçado, ainda que deixe os dedos de fora, age como uma barreira entre o pé e o piso úmido do chuveiro e, para quem mora com pessoas que sofrem com micose, o chinelo atua como um fator de proteção contra esses fungos.
“Na casa da pessoa é interessante usar, mas o chinelo é válido especialmente em ambientes coletivos, como sauna, vestiários, banheiros de clubes, áreas ao redor da piscina. Todos esses ambientes podem acumular um pouco mais de água estagnada, então é interessante”, explica Katia Sheylla Malta Purim, médica dermatologista e assessora do departamento de micologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
De nada adianta, porém, usar um chinelo que nunca é lavado ou se esquecer de secar bem o pé depois do banho. Conforme explica a especialista, que também é professora da Universidade Positivo, o calçado deve ser mantido sempre limpo. E o uso não pode ser compartilhado com outras pessoas.

“Além da micose, o chinelo ajuda também na proteção contra as verrugas e também contra infecções bacterianas, se a pessoa tem ferimentos no pé. É também uma questão de segurança, para não escorregar no banho”, reforça Katia Purim, médica dermatologista. 

Verão é a época certa para doenças de pé

Com o aumento na temperatura e na umidade, os micro-organismos tendem a se proliferar mais no verão. Associado a isso, as pessoas convivem mais em ambientes externos do que em relação ao inverno, e os poros mais dilatados dos pés, especialmente em ambientes úmidos, diminuem a barreira de proteção da pele.
Isso favorece a entrada de micro-organismos, e os cuidados não se resumem às residências.
“Na praia, se a pessoa faz uso de um calçado, como um chinelo, ajuda a reduzir o risco de contato com bicho geográfico e bicho de pé. O uso é importante principalmente se a pessoa tem rachaduras nos pés, e o chinelo vai diminuir o contato com o piso, evitando as infecções”, reforça Katia Purim, médica dermatologista.
O tratamento da micose varia conforme o tipo de fungo e o avanço da doença (Foto: Bigstock)
O tratamento da micose varia conforme o tipo de fungo e o avanço da doença (Foto: Bigstock)

Tratando a micose

Uma vez identificada a micose, que se apresenta em forma de frieiras (ou pé de atleta) ou mesmo nas unhas, pele ou cabelo, o tratamento deve ser iniciado. Dependendo do tipo de fungo, intensidade do quadro e características do paciente, o médico dermatologista monta um planejamento terapêutico.
“Em lesões mais localizadas, no paciente que tenha uma boa resistência contra os fungos, que não seja imunossuprimido, por exemplo, às vezes você consegue resolver fazendo uso de uma medicação tópica. Quando há um quadro mais extenso, com comprometimento de muitas unhas, geralmente vai requerer um tratamento mais sistêmico, associado a uma medicação, por exemplo”, sugere a especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O tempo de tratamento varia conforme o tipo de micose, segundo explica Regina Schechtman, coordenadora do departamento de micologia da SBD, em informativo encaminhado pela entidade. Nas micoses mais superficiais, a duração é de uma semana a até 20 dias. Em micoses subcutâneas ou sistêmicas, três meses a dois anos.

“As micoses são doenças de ampla variedade e certamente quando criadas as condições propícias, a pessoa pode se recontaminar uma segunda ou terceira vez. Pode ocorrer também  que o mesmo micro-organismo permanece dormente por longo período dentro do organismo e a doença reaparecer anos mais tarde”, alerta Schechtman.

Cuidados com os fungos
Se tiver alguém em casa com micose, alguns cuidados com a higiene pessoal são válidos. Confira!
Separe os cortadores. Cada pessoa deve ter seus objetos de uso pessoal, com destaque aos cuidados de manicure e pedicure.
Seque os pés. Vale a toalha, secador de cabelo ou mesmo o papel higiênico. Jamais deixe os pés úmidos, com especial atenção para a região entre os dedos.
Use o chinelo. Proteja o pé do contato com a água estagnada, seja em banheiros particulares ou públicos. Use um calçado, e o mantenha sempre limpo.
Tire as roupas molhadas. Como a micose também pode surgir em outras partes do corpo, evite ficar com roupas molhadas por muito tempo, e nem suado.
‘Respire’ os sapatos. Vale ainda trocar os sapatos diariamente, deixando-os arejando sob o sol por várias horas e, se possível, usar talco com antifúngicos no pé antes de vestir os calçados. No verão, deixe os sapatos fechados de lado e prefira os mais abertos.

Coceira, vermelhidão e descamação são os sintomas mais comuns da micose na pele. Fique atento se a lesão formar feridas com crostas e pus. 

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