Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Vacina contra febre amarela impede gravidez e doação de sangue entre um e três meses

Amanda Milléo
29/01/2018 17:00
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Por ser feita com vírus atenuado, vacina pode trazer complicações ao feto. (Foto: Bigstock)

Quem estiver pensando em engravidar, e tem a indicação para receber a vacina contra a febre amarela, deve esperar até três meses depois da aplicação: por ser feita a partir do vírus atenuado da doença, a vacina pode trazer riscos ao feto, embora nenhum efeito do tipo tenha sido relatado pelos médicos. A orientação dos especialistas, ainda assim, é para evitar o risco desnecessário.
Da mesma forma, se a pessoa tiver o interesse em doar sangue, é importante evitar a ação pelo menos no mês seguinte à vacina. A justificativa é a mesma do caso da gestação. O vírus atenuado da vacina se mantém em circulação no organismo durante três semanas e, caso faça a doação de sangue nesse período, quem receber o sangue contaminado pode contrair a doença pela transfusão. Isso vale principalmente para pacientes que têm deficiência do sistema imunológico instalada.
Se a pessoa recém-vacinada estiver em contato com pessoas acima dos 60 anos, crianças com menos de nove meses ou com imunodeficiência, não é preciso cuidado especial. De acordo com a médica infectologista Marta Fragoso, não há risco de transmissão a partir do contato, e quem estiver vacinado não precisa se preocupar.
“Mesmo se tiver alguém na família passando por tratamento contra o câncer, não é preciso se preocupar. Os outros familiares podem se vacinar, caso tenham a indicação, que não há interferência”, explica a médica do hospital VITA.

Quem não pode ser vacinado?

Hoje, a vacina contra a febre amarela, para os moradores de Curitiba, é indicada somente quando houver viagem marcada para regiões de risco, como São Paulo, ou países que exigem a imunização contra a doença. Do contrário, não é necessária a imunização – que é, inclusive, contraindicada a alguns grupos, como:
– Pessoas acima dos 60 anos de idade devem evitá-la, visto que nesse grupo o risco de reações adversas é maior. Só serão vacinadas pessoas nessa faixa etária se viverem em regiões de risco, ou se forem viajar a essas regiões ou a países que exigem a imunização.
– Gestantes e bebês até os nove meses de idade.
– Pessoas passando por tratamento contra câncer.
– Pessoas imunodeprimidas.

Vacina: uma vez na vida é suficiente

A mudança no reforço da vacina contra febre amarela, de a cada 10 anos para uma dose única, foi sugerida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotada no Brasil em 2017. Essa nova orientação se deve não pelo surgimento de uma nova vacina, mas porque estudos indicaram que uma dose é suficiente para a proteção total.
“O que mudou foi a percepção da proteção ao longo prazo. Diante da literatura e dos resultados práticos com a vacinação no mundo todo, podemos confiar que uma dose única é suficiente contra a febre amarela”, explica Isabella Ballalai, médica presidente da SBIm.
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