Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

“Vacina” contra rinites alérgicas ajuda quem tem poucas alergias

Amanda Milléo
09/11/2016 20:00
Thumbnail
Tomar uma vacina contra as alergias ainda não é possível, mas o tratamento chamado de imunoterapia tem resultados positivos para quem sofre de rinite alérgica e é o mais próximo de uma prevenção. Os melhores resultados têm surgido entre aquelas pessoas com poucas alergias e o tratamento pode ultrapassar seis anos de ‘picadas’.
Leia mais
A ideia é mudar o sistema imunológico do paciente, fazendo com que ele deixe de sentir sensibilidade à certos alérgenos, como poeira, pelo de animais ou pólens. Para isso, a pessoa faz um exame identificando qual é a fonte que causa a alergia e, a partir de então, recebe baixas doses dessa substância. Ao longo dos meses e anos da imunoterapia, a dosagem dos alérgenos aumenta até a ‘desensibilização‘.
“Não é todo mundo que faz imunoterapia e realmente fica bom. Você só vai descobrir se funciona ou não se fizer. Alguns pacientes melhoram parcialmente, outros melhoram totalmente, mas alguns não melhoram nada“, explica Olavo Mion, médico presidente da Academia Brasileira de Rinologia.
Se o paciente for alérgico a vários alérgenos, é importante escolher um, para que o efeito seja maior. A escolha recai sobre aquele com quem a pessoa tem mais contato. “Normalmente é a poeira, ou o pólen nos países temperados, como na Europa. Há quem seja alérgico só ao pelo do cachorro ou do gato, mas o mais comum no Brasil é a poeira”, diz Mion.
Remédios primeiro
A indicação principal da imunoterapia é para pessoas cujo tratamento medicamentoso não funcionou. Só depois de testar os remédios, e não obtiver efeito, deve-se pensar na terapia pelo sistema imunológico. Os remédios são a primeira indicação porque são eficazes, baratos e mais rápidos.
“Os medicamentos reduzem a inflamação, mas realmente não vão mudar a resposta alérgica do indivíduo. Você reduzindo essa inflamação é suficiente para fazer um tratamento preventivo”, explica o médico.
Tempo de tratamento – A imunoterapia leva, no mínimo, dois anos para ser completa e se inicia com doses baixas dos alérgenos, aplicadas semanalmente. Com o passar dos meses, a frequência de aplicações diminui, mas a dosagem aumenta. As doses de manutenção podem ocorrer mensalmente ou até a cada dois meses, dependendo da evolução do paciente.