Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Você já cheirou a sua calcinha hoje?

Amanda Milléo
25/08/2016 15:52
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(Foto: Bigstock)

Quase metade (47%) das mulheres brasileiras, moradoras do sul do país, ainda acha que falar sobre suas próprias secreções vaginais e corrimento é um tabu. Da mesma forma, 34% se sentem incomodadas com a umidade na calcinha e 32% têm vergonha em falar como fica a calcinha depois de um dia longo. Esses receios, medos e incômodos impedem que as mulheres conheçam cada detalhe sobre o próprio corpo, inclusive nos diferentes momentos do ciclo menstrual, que ajudam a identificar a saúde da região íntima.
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“As mulheres têm que se sentir confortáveis e ter intimidade para cheirar a própria calcinha. Eu sempre falo para minhas pacientes cheirarem a calcinha, porque o odor diz  muito sobre a saúde da mulher. Ela tem que se conhecer para se cuidar”, explica Carolina Ambrogini, médica ginecologista, obstetra e sexóloga.
Dos cheiros mais comuns, de acordo com a médica ginecologista, dois são principais: cheiro de ‘peixe’ e do suor. “O odor do suor é normal, mas muitas mulheres ainda confundem, e acham que pode significar algo ruim. O odor de peixe é típico de uma vaginose bacteriana, devido a proliferação das bactérias decorrente de um desequilíbrio do pH, que liberam o odor”, diz Carolina.
Além de não cheirar a calcinha, as mulheres também desconhecem as diferenças entre uma secreção normal e um corrimento“Sujar” a calcinha todos os dias é perfeitamente normal, pois se trata do muco produzido pelo colo do útero, em resposta ao hormônio progesterona.
Antes da ovulação, essa secreção vem em forma de clara de ovo, e depois da ovulação, a consistência é mais espessa. Mulheres que tomam anticoncepcional, que tem o hormônio progesterona na composição, muda a consistência do muco, tornando mais espesso durante todo o ciclo.
E o corrimento? O corrimento tem uma cor e odor diferentes da secreção normal. Podem vir em diferentes cores, como amarela, esverdeada ou até muito branca, como leite coalhado. Fique atenta caso sinta ardência ou coceira. Um dos corrimentos mais conhecidos é a candidíase, que pode surgir depois de um período tomando antibiótico. “O medicamento acaba matando todas a bactérias, inclusive os lactobacilos da região vaginal, dando um terreno fértil para a proliferação da cândida”, explica a ginecologista.

“As mulheres ainda têm dificuldade em entrar em contato com suas próprias secreções, mas se ela for saudável, ela será úmida”, diz Carolina Ambrogini.

Cadê a curiosidade?
Para evitar os desconfortos relacionados à umidade natural da região íntima, 44% das mulheres brasileiras do Sul concordam se incomodar com a transpiração da área, e 42% concordam que sentem maior transpiração depois de um dia cheio. Os dados são da pesquisa encomendada pela marca Carefree, da Johnson & Johnson do Brasil, em parceria com o IBOPE.
A pesquisa foi realizada em abril de 2016, com mais de 1050 mulheres de 142 municípios do país, com idades entre 16 e 55 anos. Só da região Sul foram entrevistadas 151 mulheres, e os dados divulgados refletem esse grupo.
Das entrevistadas, 46% concordaram de terem tomado um segundo banho no mesmo dia para sentir a área íntima mais limpa, e 22% dizem que levam uma calcinha extra na bolsa na maioria das vezes, para trocar e se sentir mais confortável e limpa.