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5 frases que você deve eliminar da sua vida
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Nem sempre é fácil mudar. Deixar de lado rotinas, incluir pessoas e conviver com hábitos diferentes demanda tempo, esforço e, às vezes, modifica a forma como somos reconhecidos e como nos percebemos.

A culpa nunca é minha

Pare de culpar os outros por tudo o que acontece de errado na sua vida

Culpar os outros é uma forma de repetir pensamentos e ações que nos favorecem e, em muitas situações, o indivíduo nem se dá conta de que está nesse círculo. “Quando a culpa é do outro, o nosso miserável narcisismo fica a salvo. Fazemos de nós mesmos vítimas de algum tipo de poder que não podemos controlar”, explica Daniel Perez, professor de filosofia na Unicamp. Mesmo que não seja por falta de vontade ou esforço em reconhecer o erro, é possível assumirmos certo narcisismo e encararmos as situações. “Essa mudança não acontece como mero ato de decisão. Trata-se de uma mudança de posição. Olharmos para nós mesmos com certo estranhamento, como se fôssemos estrangeiros na nossa própria vida”, afirma Daniel.

Quem reclama não se responsabiliza

Por que reclamar de cada situação negativa, ou mesmo nas positivas?

Reclamar demais é uma atitude que se aproxima àquela de ‘culpar os outros’. “Todo mundo reclama da rotina. Reclamar é considerado algo ‘normal’, usado até para puxar assunto”, diz a filósofa Dulce Magalhães. Para muitos, o principal objetivo da reclamação é se colocar em evidência. Para os outros, a energia que se gasta reclamando impede que eles mudem de vida. “A reclamação busca culpados. Eu reclamo porque não assumo a minha responsabilidade”, afirma Dulce. Para a psicanalista Dayse Malucelli, da Associação Psicanalítica de Curitiba, o reclamar é típico também de uma posição histérica, que tenta a todo custo encobrir uma falta constante na vida. “Em todos nós falta alguma coisa, a falta é constituinte da condição humana. Podemos preencher isso como quisermos, e muitos fazem desta forma, reclamando”, afirma Dayse.

Ter sempre a razão

Medo de ceder, abrir mão de ideias ou posicionamentos caracteriza a sociedade atual

Uma das principais características da infantilização da sociedade é não querer ceder. Não conseguir abrir mão de uma situação pelo medo de perdê-la, sempre querer acumular ou não dividir nada com ninguém. “Temos dificuldade em desapegar porque achamos que esse algo vai faltar. Nos apegamos ao lugar na cama, à vaga do carro na rua, e isso vai crescendo e nem percebemos. Em uma sociedade com o paradigma da abundância, e não da escassez, como é hoje, deveríamos transformar ações egoístas em solidárias”, explica a filósofa Dulce Magalhães. Não ceder, segundo a psicanalista Dayse Malucelli, mostra o narcisismo e infantilidade da sociedade. “É como dois irmãos brigando para não ceder ao outro o amor da mãe. Só piora com o passar dos anos, e é transmitido para outras gerações se não houver um corte”, afirma Dayse.

Evite fugir do que  é novo

Deixar de ir a algum por achar que não vai gostar é uma atitude para ser descartada

Clássico comportamento de fuga/esquiva, a pessoa não percebe que ao negar atividades, pessoas ou encontros diferentes, perde oportunidades de rever a própria opinião. De acordo com a professora de Psicologia da UFPR, Jocelaine Martins da Silveira, às vezes até o uso de certas palavras pode prejudicar a forma como aceitamos as novidades. “As palavras podem tanto promover mudanças, quanto manter as pessoas no sofrimento e na inércia. Podemos sentir em nosso corpo uma emoção ao falar em ‘nunca’ e ‘perfeição’, mas até onde sabemos, ninguém as experimenta diretamente”, explica. Se tem dúvidas se está preso à mesma rotina, sem dar chances ao novo, a professora dá uma dica: “Fique atento se tiver a sensação de andar em círculos, cometendo os mesmos erros de diferentes formas”, diz Jocelaine.

Preso ao passado ou ao presente?

Você deixa o passado para trás, mas usa as experiências de lá repercutirem nos dias atuais

Ninguém fica preso de fato ao passado, mas usa situações do passado que influenciam a tomada de decisões no presente e no futuro. Um dia de chuva, por exemplo, pode ser motivo de tristeza em um determinado dia, mas de lembranças românticas em outro. “Tudo depende de como lidamos na atualidade com aqueles impulsos que nos conduzem às repetições que nos reconhecemos diariamente. Desta forma, a questão é hoje, e não o ontem”, afirma o professor de filosofia, Daniel Perez. Se a sensação de ficar preso ao passado estiver, na verdade, relacionado a uma sensação de perda, Perez afirma que a sensação de perda é benéfica. “Perder é nossa marca de nascença. Não poder controlar totalmente a vida é a consequência irremediável de termos nascido, e continuar perdendo é uma experiência que precisa ser elaborada”, diz.

 

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