“Depois que fiz o curso para instrutor de pilates, fui procurar as máquinas e achei muito caras”, conta Júnior. Aproveitando suas habilidades com a marcenaria, ele passou a pesquisar e desenvolver os aparelhos, com os quais hoje dá aulas. “Olho as máquinas e, dentro da necessidade dos alunos, vou desenvolvendo. Se você olhar as fotos e vídeos do Joseph Pilates, os equipamentos eram todos simples, feitos de madeira, como os meus”, diz. Questionado sobre a segurança dos equipamentos, o professor diz que não há problemas, porque apenas copia os aparelhos desenvolvidos por Pilates. “O cuidado tem que ser com a execução dos exercícios. O mesmo ocorre, por exemplo, com os aparelhos de musculação”, justifica.
A sala comporta dez alunos, e todos fazem o mesmo exercício simultaneamente, o que facilita as correções de postura. Assim, Júnior conseguiu tornar mais acessível o pilates com aparelhos. Quem faz a atividade três vezes por semana paga R$ 126 ou R$ 189 por mês (as aulas são no Sesc, por isso os diferentes preços). No mercado, cada aula individual custa de R$ 60 a R$ 120.
O coronel da PM Antonio Carlos de Paula Ribas, 63 anos, e a esposa Josélia, professora de pós-graduação de 55 anos, começaram a fazer aulas com Júnior há um ano e quatro meses, por orientação do médico dela. “Senti a mudança do dia para a noite. Durmo melhor, como melhor. Recomendo para todo mundo”, diz ele. Josélia tem problemas na coluna cervical e o pilates aliviou suas dores. “No dia em que a gente não consegue ir, ela sente a diferença”, conta Ribas.
Coluna em ordem
É justamente a coluna a maior beneficiada pelos exercícios. “O pilates trabalha bastante a chamada caixa de força – o abdômen. Sem um abdômen fortalecido, a tendência é compensar na coluna vertebral”, explica o professor de educação física.
Os movimentos são feitos sem pesos, usando a força, o equilíbrio e a coordenação do próprio corpo. O baixo impacto permite que alunos de qualquer idade – a partir dos 12 anos – pratiquem pilates.
Joseph Pilates desenvolveu os aparelhos usados em seu método na época em que ficou recluso com outros alemães nos campos de Lancaster, Inglaterra, na Primeira Guerra Mundial. Atuou como enfermeiro e dava aulas aos internos, doentes e feridos. Graças à força adquirida com o treinamento, seus pacientes eram capazes de se movimentar sozinhos.
