Novela “Êta Mundo Bom!” resgata a ingênua caipirice brasileira

Nada de favela ou excesso de realidade na primeira estreia de novela da Globo do ano. Êta Mundo Bom! (assim mesmo, com acento e exclamação) vai ao ar, a partir da próxima segunda-feira (18) na RPC, com uma mensagem otimista. “Tudo que acontece de ruim na vida da gente é ‘pra meiorá’” será o lema de Candinho (Sergio Guizé), o mocinho bonito do interior e condutor da história. “Essa é uma novela de humor inocente e olhar otimista para o mundo”, define Walcyr Carrasco, que assinou Verdades Secretas no horário das 23 horas no ano passado.

Inspirada no clássico Cândido ou o O Otimismo, de Voltaire, e no filme brasileiro de 1954, Candinho, protagonizado por Mazzaropi, a trama será marcada pelo forte sotaque caipira e pelo humor característico da dupla Walcyr Carrasco e Jorge Fernando – de sucessos como Chocolate com Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005) – que retorna ao horário das 18 horas após 11 anos. “Fiz alguns trabalhos para o horário das seis com o Jorge Fernando e queria voltar para esse clima tão bom, tão agradável das novelas de humor ingênuo, revisitar esse universo”, confessa Carrasco.

Os telespectadores vão acompanhar a busca de Candinho por sua mãe, que engravidou sem ser casada – um pecado grande para os anos 1920, quando a história começa. Embalado e colocado em um cesto num rio, o personagem vai parar em uma propriedade decadente no interior de São Paulo, onde vivem Quinzinho (Ary Fontoura) e sua mulher Cunegundes (Elizabeth Savalla). O casal, que há tempos tenta um herdeiro sem sucesso, decide ficar com o bebê. Mas não demora para Cunegundes finalmente engravidar, e o menino vai sendo deixado de lado pelos pais adotivos .

Vinte anos depois, Candinho tornou-se um caipira típico e vive como empregado na fazenda. Cuida da fazenda e vive grudado em seu melhor amigo, o burro Policarpo. Candinho nutre uma paixão secreta por Filomena (Débora Nascimento), a filha do casal. Flagrados pela mãe da menina, que exige que o caipira seja expulso da propriedade, Candinho parte rumo à cidade grande, na busca pela sua família. E, a partir daí, dá-lhe desencontros, brigas, e, claro, vilanias.

Diva do cinema
Flávia Alessandra volta a interpretar uma vilã 11 anos depois do final de Alma Gêmea (2005), quando deu vida à megera Cristina. Desta vez, o nome é Sandra, e o principal aliado dela, Ernesto,  é vivido por Eriberto Leão. Juntos, os dois prometem infernizar a vida dos pombinhos Candinho e Filomena.
Flávia, aliás, confessou que se inspirou na personagem anterior. O cabelo, inclusive, é bem parecido: loiro platinado. A diferença está apenas no comprimento, bem maior do que o da vilã anterior. E, atenção: o figurino sexy promete fazer sucesso. A figurinista Beth Filipecki conta que se inspirou nas divas do cinema para vestir as personagem de Êta Mundo Bom! . “Criamos peças confeccionadas com renda, georgette e cetim para o figurino de algumas personagens que vivem na capital”, adianta Beth.

Sotaque
Para reproduzir o universo caipira, os atores passaram por aulas de prosódia e também de dança, uma vez que a trama terá uma casa noturna dançante, a Taxi Dancing. Sobre o sotaque, a atriz Camila Queiroz (Mafalda), que é de Ribeirão Preto, disse que falar “caipirês” é tarefa fácil. No entanto, ela precisou acentuar seu sotaque. Até para a experiente Elizabeth Savalla foi complicado aprender o sotaque. “Minha personagem é bem faladeira. Quando vi a quantidade de diálogos e de expressões caipiras nas cenas dela, pensei, meu Deus, como vai ser isso”, diverte-se.

Êta Mundo Bom! entra no ar com a missão de encantar os telespectadores que acompanharam a bem sucedida primeira fase de Além do Tempo e, de quebra, fazer o povo sonhar um pouco. “Essa novela é de uma sensibilidade enorme. Então, o foco é na própria história. Quero homenagear a época e as grandes interpretações. É uma novela feita para divertir o público, com muitos ganchos de final de capítulo e personagens adoráveis”, promete  Fernando.