Turismo

Aérea norueguesa protocola pedido para operar rotas Brasil-Europa com baixo custo

Estadão Conteúdo, com Redação
31/07/2018 08:17
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Foto: Pixabay

A companhia aérea de baixo custo Norwegian Air protocolou, no último dia 27, pedido para operar voos regulares diretos entre o Brasil e a Europa. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o processo de autorização dura, em média, 120 dias. Depois de receber a aprovação, a empresa poderá registrar suas rotas e iniciar a venda de bilhetes aéreos. Mas, como já tem cadastro para voos não regulares (como charters e fretamentos), a companhia poderia “adiantar” suas operações por meio desses voos.
De origem norueguesa, a Norwegian Air é a terceira maior low cost da Europa e tem uma das bases em Gatwick, segundo maior aeroporto de Londres. A companhia opera também na América do Norte e Central, África, Ásia e, mais recentemente, constituiu uma subsidiária na Argentina.
Esse foi o primeiro pedido recebido de uma empresa de baixo custo estrangeira com interesse em operar no Brasil. De acordo com a Anac, a empresa norueguesa faz parte da “tendência em criar novas rotas e puxar o mercado para seu modelo de operação”.
O que são as companhias low cost e por que o Brasil não têm?:
Pagar até R$ 15 reais em uma passagem aérea pode ser o sonho de muitos brasileiros. Uma realidade vivida diariamente por quem paga em Euros e participa das promoções  praticadas por companhias como Ryanair, Easyjet e Vuelling, as chamadas low cost europeias que tem nas passagens muito baratas os seus grandes chamativos.
Isso acontece porque o mercado europeu possui uma regulamentação muito menor do que o brasileiro, além de uma carga tributária mais baixa e legislação trabalhista mais flexível. Há também uma infraestrutura que permite a operação em aeroportos alternativos relativamente próximos às grandes cidades.
“É um conjunto de fatores que impedem que este modelo seja implementado no Brasil”, explica Cleverson Pereira, professor de cenários econômicos do Centro Universitário Internacional Uninter.
Entre os fatores que ajudam a baratear ao máximo as passagens está o de cobrar por praticamente todos os serviços prestados. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), formada pelas companhias Avianca, Azul, Gol e Latam, afirma que “há valores diferenciados para se fazer o check-in pela internet ou no balcão do aeroporto, marcar assento ou não, pelo uso de serviços a bordo, refeições e bebidas, despachar bagagem, entre outros”.
Apesar das empresas brasileiras terem planos parecidos com as low cost europeias, o professor Cleverson Pereira afirma que os maiores custos vão continuar pesando no preço. “O ICMS do combustível, o querosene de aviação, pesa muito nos custos das companhias aéreas (12% a 25% dependendo de onde ocorre o abastecimento), além da falta de aeroportos alternativos como os da Europa e de jornadas flexíveis de trabalho dos tripulantes”, explica.
A chegada de companhias aéreas low cost no Brasil depende principalmente de decisões governamentais.