Turismo

Muito além de Copacabana: como cidades pelo mundo comemoram o Ano Novo

Redação
31/12/2017 08:00
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Na África do Sul, a Kaapse Klopse é uma parada que anima o segundo dia do ano. Foto: Reprodução/Facebook

Encerrar o ciclo anual e iniciar uma nova etapa com 365 dias – ou 366, no caso de anos bissextos – de descobertas e desafios. O conceito de uma noite de réveillon parece simples, mas, ao longo dos séculos, essa se tornou uma noite cercada de preparações e ritos.
Para celebrar um novo ano é preciso uma boa festa – e só quem já passou um réveillon miado sabe o quanto é chato.
Para evitar a melancolia de réveillon, o mundo ocidental criou festas imensas. Assistir à queima de fogos em Copacabana, na Torre Eiffel ou em Londres e ver a descida da bola na Times Square, em Nova York, por exemplo, são rituais de réveillon populares que atraem milhares de turistas todos os anos. As pessoas disputam cada centímetro quadrado desses destinos em busca de vivenciar uma noite mágica.
Mas, para quem quer descobrir lugares menos badalados, há opções que envolvem tradição e muita festa em celebrações bem originais: 

Jamaica

Alegre e ensolarada, a Jamaica também tem uma forma diferente de receber o ano novo. Trata-se da “Watch Night“, ou “Noite de Vigília“, em tradução livre. A tradição teve início no dia 31 de dezembro de 1862, quando os escravos que viviam nos Estados Unidos se reuniram em igrejas para esperar que a Proclamação da Emancipação feita pelo então presidente americano Abraham Lincoln passasse a ter efeito.
Os jamaicanos celebram a chegada do ano novo nas igrejas ou em festas nas ruas. Foto: Reprodução/Facebook
Os jamaicanos celebram a chegada do ano novo nas igrejas ou em festas nas ruas. Foto: Reprodução/Facebook
Os jamaicanos gostam de relembrar a data com missas e cultos especiais em igrejas como a “Family Church on the Rock”, que fica em Montego Bay, ou a “Fellowship Tabernacle”, em Kingston. Também é muito comum sair das celebrações religiosas diretamente para festas de ano novo. Em Kingston, por exemplo, há a Harbour Fest and Fireworks, animada por queima de fogos e muita agitação.

Índia

Embora não seja comemorado no dia 31 de dezembro, o ano novo hindu é uma festa que merece ser vista pelo menos uma vez na vida. Batizada de Diwali, ou “Festa das Luzes“, a celebração dura cinco dias e é realizada em diferentes datas, uma vez que segue o calendário lunar hindu.
Com fogos de artifício, gastronomia especial e roupas novas, os hindus comemoram a vitória do Bem sobre o Mal acendendo pequenas velas ou lâmpadas. Muitas casas também são decoradas com luzes parecidas com as usadas no ocidente para celebrar o Natal. As ruas são tomadas por enfeites coloridos e até as vacas, consideradas sagradas na Índia, recebem guirlandas e adornos brilhantes.
Devotos contemplam o Golden Temple, em Amritsar, durante a noite do Diwali, ou Festival das Luzes. Foto: REUTERS/Munish Sharma
Devotos contemplam o Golden Temple, em Amritsar, durante a noite do Diwali, ou Festival das Luzes. Foto: REUTERS/Munish Sharma

África do Sul

Com festas de réveillon espalhadas por toda a cidade, Cape Town é o principal ponto da África do Sul para quem quer começar o ano em grande estilo. Mas, embora as comemorações da passagem de ano sejam parecidas com as vistas em outros lugares do mundo, Cape Town também tem uma programação exclusiva.
No segundo dia do ano é realizada a Kaapse Klopse, ou Cape Town Minstrel Carnival – Carnaval do Menestrel da Cidade do Cabo, em tradução livre. É comum ser chamada de Tweede Nuwe Jaar – ou “Segundo Ano Novo”, em africâner.
Muito divertida, a festa tem origens históricas: quando a África do Sul ainda era escravocrata, 2 de janeiro era o único dia do ano em que os escravos podiam descansar. Por isso a data começou a ser marcada por festas com muita música e dança, ocasiões em que os escravos podiam se expressar como em nenhuma outra época do ano.
Cape Town, África do Sul. Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo
Cape Town, África do Sul. Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo
Esse desfile é apenas a abertura de uma competição que segue sendo realizada todos os sábados até meados de fevereiro no Athlone Stadium, construído em 1972. Atualmente são mais de 40 equipes de menestréis, algumas com mais de mil integrantes. Elas concorrem em diferentes categorias.

Japão

Ao contrário da China, que celebra o ano novo de acordo com o calendário lunar chinês, o Japão adotou em 1873 o calendário gregoriano como oficial. Isso quer dizer que o ano novo, para os japoneses, é comemorado na mesma data dos países ocidentais.
No país, as comemorações começam no dia 31 de dezembro e seguem até o dia 3 de janeiro. No dia 31 as pessoas fazem a primeira visita a um templo budista, chamada de Hatsumode. Vão, normalmente, trajando quimonos tradicionais, e aproveitam para fazer suas orações e pedidos para o próximo ano.
A contagem regressiva é feita por um ritual chamado de Joya no Kane. São 107 badaladas que precedem o ano novo. A 108ª soa exatamente à meia noite. O número simboliza os 108 desejos mundanos da humanidade. O soar do sino serve para afastá-los.
108 badaladas recebem o ano novo no Japão como forma de afastar os desejos mundanos dos homens. Na foto, o Templo Kiyomizu, em Quioto. Foto: EFE/Kimio Ida
108 badaladas recebem o ano novo no Japão como forma de afastar os desejos mundanos dos homens. Na foto, o Templo Kiyomizu, em Quioto. Foto: EFE/Kimio Ida
O primeiro dia do ano começa com o Hatsuhinode, que é o costume de assistir ao nascer do sol. Muitos japoneses se reúnem com a família e os amigos para isso. Depois, uma nova visita a um templo garante a cada um o Omikuji, um papelzinho como os encontrados nos “biscoitos da sorte” chineses.
Além do Hatsugama, a primeira cerimônia do chá do ano, os japoneses também têm jogos e brincadeiras típicas e uma culinária especial para esses primeiros dias de janeiro. No dia 2, o imperador e sua família fazem sua primeira aparição em público, no Palácio Imperial, em Tóquio. O ritual se chama  Kokyo Ippan Sanga. Até o dia 3 o país decreta um feriado nacional chamado de Sanganichi.
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