Turismo
Cinco lugares para visitar em Londres e se sentir na realeza
Camelôs em Londres vendem bandeiras e outros produtos com a estampa do casal do momento. Foto: Isadora Rupp/Gazeta do Povo.
Há um clima de celebração pelas ruas de Londres apesar das reclamações sobre o inverno rigoroso e prolongado: o casamento real do príncipe Harry com a atriz Megan Markle. A cerimônia, que acontece no dia 19 de maio é um buchicho paralelo que ronda os mais diversos espaços, da conversa de moças no café aos ambulantes que vendem bandeirinhas com os rostos do casal estampadas. “É uma boa foto, certo?”, indaga o vendedor enquanto fotografo as bandeirolas.
Fora a união do príncipe, outro fato que tem deixado a monarquia ainda mais em alta é a celebração dos 200 anos de nascimento de uma de seus mais icônicas rainhas, Victoria, em 24 de maio de 2019: ela se tornou rainha aos 18 anos, e teve o segundo reinado mais longo do Reino Unido (63 anos).
O Viver Bem esteve na capital inglesa e conheceu lugares frequentados pela família real britânica ou que guardam suas histórias. Se você vai visitar Londres, não deixe de passar por esses locais:
Kensington Palace
Residência Real desde o século 17, o palácio até hoje serve como moradia — o duque e a duquesa de Cambridge, William e Kate, e os bebês reais, vivem na mansão escolhida por William III e Mary II em 1689 para ser o seu retiro rural. Mais tarde, o palácio foi se transformando em residência, sobretudo para membros jovens da família real.
Para os aficionados na realeza, outra informação relevante: o Sunken Garden serviu de cenário para as fotos oficiais do noivado do príncipe Harry e de Megan Markle.
Além dos passeios pelos quartos e suntuosas salas do rei, o Kensington também realiza exposições de arte. Uma das mostras em cartaz é Diana: Her Fashion Story — com vestidos icônicos usados pela princesa, uma das mulheres mais fotografadas da história, que se tornou também referência fashion.
Coleção
É possível ver, por exemplo, o vestido da foto oficial do então casal Charles e Diana, em 1987, e o deslumbrante modelo preto usado por ela na Casa Branca, em 1985 — na ocasião, ela dançou com o ator John Travolta. Na exposição, há frases de designers como Roland Klein, que falam sobre a influência da princesa na moda britânica. “ Ela colocou a moda e os estilistas de Londres em frente de um público amplo. Quando ela estava usando algo que era fotografado, isso causava um efeito imediato”, diz.
Para os brasileiros, uma história curiosa: um dos vestidos, um longo branco, de um ombro só e com bordados de flores, foi usado por ela em uma visita ao Brasil, em 1991. E a estilista, Catherine Walker, recebeu um pedido especial: evitar usar azul e branco. Tínhamos acabado de ser eliminados da Copa do Mundo de 1990 pela Argentina, e a princesa queria evitar qualquer tipo de mal-estar com as cores.
A mostra estará fechada entre 16 e 25 de abril para a inclusão de mais peças, mas volta a ser exibida após esta data.
Rainha Victoria
Outra exposição imperdível no passeio ao Kensington é Victoria Revealed, com objetos pessoais da rainha Victoria, que nasceu e foi criada no palácio. É possível passear por quartos onde ela viveu, ver a casa de bonecas com a qual brincava na infância e ter uma ideia da sua vida familiar, mas sobretudo a amorosa: ela conheceu seu marido, o Príncipe Albert em 1836, no palácio, e a coleção traz os presentes personalizados que um trocava com o outro.
O palácio funciona diariamente, das 10h às 18 horas. Mais informações sobre visitação e ingressos no site do Kensington.
Tom´s Kitchen
Apesar de ser o celeiro de grandes chef´s, como Gordon Ramsey e Jamie Oliver, na média, a comida na Inglaterra, admitamos, não é das melhores.
Logo, se você quiser boa comida, pode ir, sem erro, ao Tom´s Kitchen, comandado pelo jovem chef Tom Aikens, um dos cozinheiros britânicos mais aclamados da atualidade, ganhador de duas estrelas michelin. Por lá, já almoçaram, por exemplo, o casal William e Kate.
O restaurante, no Chelsea, fica há poucas quadras do ateliê da estilista Catherine Walker (que ficou conhecida como a “estilista da Diana”) e oferece um menu que muda conforme a disponibilidade dos ingredientes, servido em pratos pequenos — a casa indica três pratos para que a pessoa se sinta satisfeita e ainda consiga dividir um pouco com a família ou amigos.
Para começar, peça a Burrata (6 libras – R$ 29). O menu fica completo com o filé de salmão com couve-flor (18 libras – R$ 87) e o risoto de pistache (12 libras – R$ 58).
A sustentabilidade é uma das marcas da casa: trabalha com fornecedores e fazendeiros locais e preza uma cozinha ética.
Compre como uma rainha
Em Londres, é possível fazer compras nos mesmos lugares que a realeza: é só procurar as marcas e lojas com o selo Royal Warrants — empresas que conseguem o chancela forneceram serviços ou produtos para a Família Real por, pelo menos, cinco anos.
Em uma das áreas mais luxuosas de compras da capital inglesa, próxima ao Piccadilly Circus, é possível comprar chocolate, roupas e perfumes. E o passeio pode ser, inclusive, guiado: a London Luxury Quarter oferece o serviço, mediante agendamento. .
Perfumes reais
Uma dessas lojas é a Floris: fundada em 1730, a loja está na 89 Jeremy St desde a sua fundação, e as fragrâncias ainda são feitas no pequeno prédio. A casa, que tem o “selo” de Elizabeth II, é considerada a perfumaria oficial da realeza e recebeu encomenda de uma fragrância exclusiva para Megan Markle usar no casamento com Harry em maio — o aroma, unissex, é baseado no Bergamotto di Positano.
O aroma para Megan é exclusivo, mas a Floris vende um perfume com a mesma base por R$ 612. Além disso, qualquer pessoa pode encomendar a sua própria fragrância: só precisa ter libras disponíveis para isso – vai de 800 a 4 mil libras (R$ 3,8 a R$ 20 mil).
A marca também criou o “Bouquet de La Reine” para o Jubileu de Ouro da rainha Elizabeth II, em 2002, com notas de violeta e pêssego — e ela também se casou com um perfume feito na loja. Registros feitos em um livro guardado na Floris confirmam a preferência da realeza: há, por exemplo a anotação da receita de perfume de Jorge V, que reinou de 1910 a 1936.
Marilyn Monroe, Eva Peron e Iam Fleming foram alguns dos clientes célebres da loja.
Chás e chocolates na Fortum & Manson
É uma das lojas “must go” de Londres: a marca, que também é certificada pelo Royal Warrants, abriu em 1700 e começou oferecendo velas para a Família Real. Hoje, é referência britânica também em chás exóticos. Além disso, vende chocolates, geleias, curds e biscoitos.
E para fechar o dia de passeio real com muito estilo, você pode tomar um tradicional chá das cinco na loja: no menu, pequenos sanduíches, os famosos “scones” (espécie de pão, acompanhada por geleia e nata), bolos e chás a 49 libras por pessoa (R$ 238).
Ternos para monarcas ingleses
A rua Savile Row pode passar batida por grande parte dos turistas que visitam Londres, mas ela concentra os principais alfaiates da cidade, responsáveis por vestir monarcas e outras importantes figuras políticas, como Winston Churchill.
Uma das mais célebres é a Gieves & Hawkes, fornecedora dos ternos, vestimentas e uniformes reais desde o século 19 — aliás, as botas e uniformes da guarda real são guardados na loja.
O Duque de Edimburgo, marido da Rainha Elizabeth II, é um dos clientes da marca — o príncipe William casou com um terno confeccionado sob medida. Questionado se a Gieves & Hawk também é a responsável pelo terno de Harry, um dos gerentes, Joseph Waviny, disse que eles não podiam “confirmar a informação”.
Além da Família Real, a grife confeccionou outras peças icônicas, como uma jaqueta para Michael Jackson, toda coberta com detalhes de ouro.
O ateliê, que fica no subsolo da loja, confecciona ternos sob medida a partir de R$ 5,5 mil libras (R$ 26 mil).
*** A jornalista viajou a convite do Visit Britain.
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