Turismo

Depois dos EUA, agora é a vez da Ásia ter um ‘boom’ de brasileiros

Guilherme Grandi
06/08/2018 17:00
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O templo de Wat Pho, na Tailândia, é um dos símbolos do misticismo da cultura do país. Foto: VisualHunt.

As cidades de Bangkok e Tóquio, respectivamente na Tailândia e Japão, se tornaram as novas fronteiras da preferência de viagens dos brasileiros. Embora os Estados Unidos ainda sejam um dos sonhos dos viajantes tupiniquins, a procura pela Ásia vem crescendo nos últimos anos.
Um levantamento feito pelo site de buscas de passagens Kayak a pedido do Viver Bem mostra que a capital tailandesa lidera a procura dos brasileiros há três anos, seguida por Tóquio, Tel Aviv (Israel), Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Seul (Coreia do Sul).
Um dos motivos para isso é a queda no preço das passagens desde 2015, que antes eram até 30% mais caras. Os valores se igualaram aos cobrados em viagens para os Estados Unidos e a Europa.
De acordo com o turismólogo Renan Koyama, a indústria do cinema ajudou a alimentar a curiosidade dos brasileiros pelo continente. “No filme ‘Tomb Raider’, por exemplo, a grande maioria das filmagens é feita nos templos budistas espalhados pelo continente. Já a produção ‘A Praia’ foi toda filmada nas ilhas Phi Phi, da Tailândia”, comenta ele.
A cultura milenar do Japão se mistura com a modernidade de uma das capitais mais tecnológicas do mundo. Foto: VisualHunt.
A cultura milenar do Japão se mistura com a modernidade de uma das capitais mais tecnológicas do mundo. Foto: VisualHunt.
Só a cidade de Bangkok tem recebido uma média de 22 milhões de turistas ao ano entre tailandeses e estrangeiros, de acordo com órgãos oficiais do país. Renan conta que o continente passou a ser descoberto pelos brasileiros em 2011, mas foi a partir de 2015 que o movimento se intensificou.
“A Ásia foge do ‘turismo tradicional’ que as pessoas costumam fazer. Onde na Europa você consegue andar de elefante ou comer gafanhotos?”, questiona o turismólogo.

Choque cultural

Por estarem do outro lado do mundo, as capitais da Tailândia e do Japão possuem características culturais muito peculiares se comparadas às brasileiras. São mais de 40 mil anos de história que pouco sofreram influência dos europeus.
O icônico 'Buda deitado' no templo de Wat Pho. Foto: VisualHunt.
O icônico 'Buda deitado' no templo de Wat Pho. Foto: VisualHunt.
A blogueira de viagens Priscila Kamoi explica que os costumes e a religião muito diferentes do ocidente são os que mais despertam a curiosidade dos brasileiros. “Você já vê isso nos templos muito imponentes, em como as pessoas se comportam e levam a crença a sério”, conta.
“Não pode nem usar uma camiseta com um Buda estampado, e nem mesmo levar uma imagem dele como souvenir” – Priscila Kamoi, blogueira de viagem.
Tanto Bangkok como Tóquio têm dezenas de templos budistas voltados à meditação e a espiritualidade. E a culinária também difere muito da brasileira: “mistura o doce com o salgado, o doce com o azedo, com o apimentado, muito peculiar”, completa o turismólogo Renan Koyama.

Cabe no bolso…

O mercado flutuante de Bangkok, um dos curiosos pontos turísticos da capital tailandesa. Foto: VisualHunt.
O mercado flutuante de Bangkok, um dos curiosos pontos turísticos da capital tailandesa. Foto: VisualHunt.
A capital tailandesa possui ainda outra particularidade que vem sendo levada em consideração pelos brasileiros: os custos. Bangkok custa, em média, R$ 57 por dia entre alimentação e hospedagem.
É possível comer bem gastando muito pouco. Priscila Kamoi conta que “os mochileiros procuram muito a cidade por causa do custo de vida”. É possível almoçar ou jantar gastando menos de R$ 10 (ou ฿ 90 – Bahts). A dispensa de visto para até 90 dias de permanência também é um ponto a favor dos brasileiros.

…mas nem tanto

Shibuya, em Tóquio, é uma das esquinas mais movimentadas do mundo. Foto: VisualHunt.
Shibuya, em Tóquio, é uma das esquinas mais movimentadas do mundo. Foto: VisualHunt.
Já Tóquio é uma cidade um pouco mais cara e exige visto de entrada. Mas os preços mais altos – uma média de R$ 200 por dia entre alimentação e hospedagem – compensam pela experiência. “É uma mistura do caos das ruas cheias de letreiros de neon com os templos budistas onde impera a meditação e o misticismo”, completa a blogueira.
Há ainda a curiosidade do país de contrastes, entre o antigo e o novo (e ainda ter uma família real). Priscila Kamoi conta que conheceu o príncipe Akishino e a princesa Kiko em uma das viagens ao Japão, “uma visita muito especial principalmente para os descendentes”.
Segundo o levantamento do Kayak, a procura pela capital japonesa cresce em torno de 15% ao ano. As passagens para Tóquio custam a partir de R$ 4.900 para voos entre novembro e fevereiro.
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