Turismo

Mais um país da América Latina passa a exigir seguro viagem para turistas

Guilherme Grandi
18/04/2018 17:00
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A partir de maior, quem para visitar cidades do Equador como Quito (foto) terá que apresentar o seguro viagem. Foto: Bigstock

A partir de maio, quem quiser conhecer paraísos naturais como o Arquipélago de Galápagos ou o marco da Linha do Equador, em Quito, precisará apresentar na imigração uma apólice com cobertura médica completa durante o período de estadia no país. A recente decisão do governo equatoriano é apontada como uma tendência mundial, embora não tenha uma exigência mínima de valor, mas apenas o compromisso de que o viajante possua um seguro cobrindo eventuais acidentes ou doenças.
O Equador se junta à Venezuela e Cuba como os únicos países da América Latina a exigirem seguro viagem, mas isso deve mudar com o tempo. De acordo com José Carlos Menezes, especialista em seguros e diretor da Affinity, a tendência é de que a maioria dos países que recebem muitos turistas adote esta medida.
O que acontece é que os serviços médicos destas nações acabam arcando com despesas que muitas vezes podem ser muito altas, principalmente em caso de acidentes ou doenças. “E não é raro de um turista precisar de atendimento, ser socorrido, e ir embora sem pagar a conta, que acaba ficando com o poder público”, explica.
É o que já acontece na Europa, em que há um serviço público de saúde, mas que exige a contratação de um seguro dentro do chamado Tratado de Schengen. O acordo, criado em 1985, é adotado por 26 países e exige uma cobertura mínima de 30 mil Euros para auxílio médico em caso de doença ou acidente durante a viagem. Para o especialista, esta é “uma seleção natural que os países estão fazendo, para não arcarem mais com custos de estrangeiros”.
Galápagos: arquipélago vulcânico é santuário de tartarugas gigantes. Foto: Pixabay.
Galápagos: arquipélago vulcânico é santuário de tartarugas gigantes. Foto: Pixabay.

Um custo para cada país

A zona do Tratado de Schengen exige uma cobertura mínima de 30 mil Euros. José Carlos Menezes acredita que logo os Estados Unidos também passem a adotar o seguro viagem. “Consideramos uma linha de corte em torno de US$ 15 mil, mas o recomendável para os EUA deverá ser algo em torno de US$ 60 mil”.
Ele afirma que, ainda assim, hospitais privados provavelmente não irão sequer aceitar pacientes turistas com coberturas baixas.

Qual escolher?

A escolha do seguro viagem não é algo simples, de simplesmente chegar na agência de viagens e contratar. O viajante precisa levar em consideração uma série de fatores, como o período da viagem, o objetivo dela (se é a lazer ou trabalho), a qualidade do destino escolhido (acesso fácil ou remoto, segurança, etc), e as atividades que serão exercidas.
“Por exemplo, se o viajante vai para um país remoto ou vai praticar esportes de risco como esqui, o preço do seguro viagem vai ser maior”, explica o especialista sobre alguns dos fatores que encarecem a apólice. Também é preciso ler bem o que o seguro cobre, pois tudo o que pode acontecer com o viajante deve estar especificado. O que não estiver ali, não será coberto pela seguradora.
Além disso, o viajante precisa levar em consideração qual a empresa que fornecerá o seguro, se ela está registrada na Susep, e o que as pessoas dizem sobre ela.
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