Turismo

Lendário Expresso do Oriente renasce como marca de hotéis de luxo

Redação
21/10/2017 12:33
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Um dos vagões históricos da Orient Express. Foto: Murdockcrc/Wikimedia Commons | Luis Delgado

A gigante de hotéis francesa AccorHotels anunciou a compra de 50% das ações da empresa detentora da marca Orient Express — o nome do lendário trem Expresso do Oriente.
Criado em 1883, o luxuoso serviço de trem entre Paris e Constantinopla (hoje Instambul, na Turquia) entrou para o imaginário por ter sido palco para eventos históricos e obras da cultura popular.
A multinacional deve usar a icônica marca como uma nova bandeira para empreendimentos de luxo no mundo todo.
“Esta [nova coleção de hotéis], que pretende ser um destaque na arte de viajar, vai oferecer uma experiência única e mergulhada na história combinando o luxo, o exotismo e a sofisticação do Oriente e do Ocidente em locais icônicos”, diz um comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da AccorHotels.
Os vagões históricos vão continuar sob propriedade da SNCF Group, a empresa pública francesa que detém a marca Orient Express desde 1977.
A operadora de trens restaurou os vagões da década de 1920 — conhecidos como Pullman-Orient-Express — e os vem usando em eventos como a exposição “Era uma vez no Expresso do Oriente”, montada em Paris, em 2014.
São sete vagões, que continuarão a ser usados para eventos e viagens particulares — inclusive organizados em parceria com outros negócios da Accor, como Potel & Chabot, Noctis e John Paul.
A Accor já foi dona dos vagões históricos, mas os vendeu para a estatal francesa em 2011.
O Expresso Oriente
Foto: Jérôme Galland/SNCF
Foto: Jérôme Galland/SNCF
A rota direta de mais de 3 mil quilômetros entre a capital francesa e a então cidade de Constantinopla foi um marco nas viagens do século 19.
O Expresso Oriente foi criado como um serviço de luxo, voltado para a alta sociedade, equipado com aquecimento, água quente, cabines confortáveis e bem decoradas — os vagões ficaram famosos por usarem o estilo Art Noveau.
O serviço fez sua última viagem comercial entre Paris e Instambul em 1977 — de acordo com a SNCF, “incapaz de sobreviver à Segunda Guerra Mundial e, mais tarde, à Guerra Fria”. Sete de seus vagões foram listados como “monumentos históricos da França”.
Foto: Jérôme Galland/SNCF
Foto: Jérôme Galland/SNCF
Parte de seu caráter mitológico vem do fato de o trem ter usado por personalidades famosas, como o escritor russo Liev Tolstói e a atriz americana Marlene Dietrich, e de ter inspirou autores como Ernest Hemingway e Agatha Christie — cujo romance “O Assassinato no Expresso do Oriente” também acabaria adaptado para o cinema e filmado no próprio trem. Em 1963, o filme “Moscou contra 007” levou James Bond para os vagões.
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