Turismo

Em busca de mais moradores, país europeu faz força-tarefa para atrair brasileiros

Guilherme Grandi
24/07/2018 12:04
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(Foto: Bigstock)

O governo de Luxemburgo está à procura de brasileiros que queiram morar legalmente no país, com direito a cidadania e trânsito livre entre as nações que formam a União Europeia. O prazo para enviar a documentação necessária termina em dezembro deste ano e não será prorrogado. Estima-se que pelo menos 6 mil brasileiros tenham direito à cidadania luxemburguesa.
De acordo com o Consulado-geral de Luxemburgo em São Paulo, podem se candidatar a ‘cidadãos luxemburgueses’ todos os brasileiros que possuam ascendência na nação. Ou seja, que tenham algum registro de parente com origens do país na árvore genealógica.
A procura por descendentes luxemburgueses começou em 2009, quando o próprio país aprovou uma lei facilitando a aquisição da cidadania. No entanto, a nação vem fazendo uma espécie de ‘força-tarefa’ para identificar seus descendentes.
Avenida da Liberdade, no centro de Luxemburgo: país é um dos mais caros da Europa para se viver. Foto: VisualHunt.
Avenida da Liberdade, no centro de Luxemburgo: país é um dos mais caros da Europa para se viver. Foto: VisualHunt.

Documentação necessária

Os descendentes brasileiros de luxemburgueses estão, em média, na 5ª geração de imigrantes, mas há também registros de 3ª e da 6ª. No entanto, para o processo de Recuperação ou Reconhecimento de Cidadania não existe limite de gerações, desde que sejam atendidos requisitos descritos em lei, como local e data do nascimento do ancestral luxemburguês. Comprovando sua descendência e atendidos os requisitos legais é possível encaminhar o processo para a obtenção da cidadania, respeitando-se o prazo limite de 31/12/2018 para recebimento em Luxemburgo.
Há alguns sobrenomes muito comuns que podem remeter ao país, como Weber, Kammers, Schappo, Mombach, Juttel, Schwinden, May, entre outros, de acordo com a consultoria de cidadania Ancestry Line. No entanto, uma das sócias da agência, Liana Ventura Gerent, explica que “o ideal é proceder a uma análise na árvore genealógica familiar, porque muitas vezes os sobrenomes luxemburgueses estão mais acima nas gerações. Principalmente em casos femininos, quando as mulheres passam a usar o sobrenome do marido”.
Ela conta que é preciso montar a árvore genealógica para conseguir verificar se há ascendência luxemburguesa, e mesmo localizado algum sobrenome, é necessário a confirmação de que o ancestral em questão era mesmo luxemburguês, já que muitas vezes o mesmo sobrenome é comum também em outros países.
É a partir dessa identificação e conferência que começa a busca pelos documentos necessários para montar o processo de cidadania. O serviço começa em R$ 1.300 por pessoa dependendo da complexidade da busca.
A relação de documentos necessários e mais critérios para requerer a cidadania pode ser consultada no site do consulado.

Busca por cidadãos

Um dos motivos para a procura de novos cidadãos é o baixo índice de natalidade de Luxemburgo, mas também a pequena população de cerca de 600 mil habitantes. Segundo Liana Ventura Gerent, apenas 52% dos cidadãos luxemburgueses vivem no país.
O antigo e o moderno contrastam na paisagem da capital. Foto: VisualHunt.
O antigo e o moderno contrastam na paisagem da capital. Foto: VisualHunt.
O país tem um alto índice de desenvolvimento humano, mas também é um dos mais caros da Europa para se viver. A média de gastos básicos dos moradores da capital, Luxemburgo, é de € 934 por pessoa ao mês (R$ 4.136,47), enquanto que um parisiense gasta € 893,41 (R$ 3.956,71) e um romano € 719 (R$ 3.184,29). Estes valores não incluem aluguéis, que custam a partir de € 1.194 (R$ 5.334,48).
Luxemburgo é muito forte na área siderúrgica – está entre os maiores exportadores de aço do mundo -, possui um mercado financeiro sólido e rico em aplicações financeiras, e também muitas oportunidades na área de computação.
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