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Entre os efeitos do jet lag no corpo humano estão cansaço, sonolência e dores de cabeça, além de problemas gastrointestinais. Foto: VisualHunt.
Entre os efeitos do jet lag no corpo humano estão cansaço, sonolência e dores de cabeça, além de problemas gastrointestinais. Foto: VisualHunt.| Foto:

O mal estar provocado pela troca brusca de fusos horários em longas viagens de avião pode estar com os dias contados. Uma empresária norte-americana criou uma máscara que promete ‘curar’ o chamado jetlag.

A ideia da LumosTech é regular o relógio biológico com luzes pulsantes enquanto o passageiro dorme no avião. Seria uma forma artificial de alterar o nosso ciclo de sono, mas nem mesmo a criadora do projeto atesta uma eficácia completa.

Funciona assim: de acordo com a LumosTech, a máscara de dormir emite flashes de luz de 3 milissegundos para alterar o relógio interno por três ou quatro horas enquanto o passageiro dorme. Normalmente, o corpo humano consegue ajustar sozinho apenas uma hora por dia.

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Isso faz com que as células da retina enviem sinais para o cérebro dando a sensação de dia ou noite mesmo quando o relógio físico indique outro horário.

Sem comprovação

De acordo com a empresa, o passageiro indica no aplicativo os aeroportos de origem e destino, e o sistema programa a terapia automaticamente. Foto: reprodução.
De acordo com a empresa, o passageiro indica no aplicativo os aeroportos de origem e destino, e o sistema programa a terapia automaticamente. Foto: reprodução.

A promessa milagrosa de curar os efeitos do jetlag ainda precisa de pesquisas e evidências, já que o corpo humano não foi feito para alterações tão bruscas de horários. Para a neurologista Thereza Cristina Winckler, professora do curso de medicina da Universidade Positivo,  ainda não há equipamento que possa realmente “curar” o jetlag.

“Teoricamente pode funcionar, mas é um estudo pequeno e ainda não há nada que possa comprovar sua eficácia”, diz.

A empresa afirma que a máscara pode curar o jet lag, mas a solução não vale para todos. Foto: reprodução.
A empresa afirma que a máscara pode curar o jet lag, mas a solução não vale para todos. Foto: reprodução.

E a própria empresa reconhece que a terapia de luz pode não funcionar para todos. Em entrevista à revista norte-americana de tecnologia Cnet, a cofundadora da LumosTech, Vanessa Burns, disse que pessoas mais sensíveis à luz provavelmente não sentirão os efeitos da máscara.

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O projeto surgiu a partir de um estudo feito em 2013 pelo professor Jamie Zeitzer, da Universidade de Stanford, que afirma que o nosso Ciclo Circadiano – o relógio de 24 horas que orienta o nosso desejo de dormir ou de estar em alerta – poderia ser alterado artificialmente com o uso de terapia de luzes.

Em 2016, outra empresa investiu na pesquisa para tentar ‘curar’ o jetlag. Na época, a Neuroon lançou uma máscara que prometia amenizar os efeitos da mudança de fuso horário. Assim como agora, a eficácia também não foi totalmente comprovada.

Adaptando o ciclo

A neurologista diz que a preparação para longas viagens deve começar dias antes de embarcar. Foto: VisualHunt.
A neurologista diz que a preparação para longas viagens deve começar dias antes de embarcar. Foto: VisualHunt.

Para a neurologista Thereza Cristina Winckler, a adaptação natural ainda é o melhor remédio para amenizar os efeitos do jetlag. E não tem muito como fugir disso.

“Se o passageiro fará viagens muito longas, como para o outro lado do mundo por exemplo, a preparação deve começar alguns dias antes de embarcar. Ir dormir uma hora mais cedo, aos poucos, já ajuda”, explica.

Depois, o passageiro deve tentar não dormir durante o voo, evitar comer muito doce, ingerir proteína e viajar em horários próximos do meio dia. E segurar a sonolência no destino.

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“Quando chegar no lugar, já tente entrar no ritmo e não durma fora do horário normal no destino. Segure o sono para a noite, por mais difícil que possa parecer”, completa a professora.

Evitar alimentação pesada e uma boa hidratação também ajudam a amenizar os efeitos do jetlag.

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