Turismo

Médica é presa ao xingar tripulação em voo; o que acontece com quem passa dos limites?

Guilherme Grandi
26/03/2018 16:47
Thumbnail

A passageira foi presa logo que desembarcou no aeroporto. Foto: divulgação.

Uma médica foi presa neste domingo (25) quando desembarcava no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) por xingar a tripulação do voo em que viajava. De acordo com a companhia aérea United Airlines, responsável pelo voo, a mulher teria chamado dois comissários de “viado” e “gorda, feia e velha” após ser repreendida por dançar pelos corredores do avião falando alto e incomodando os outros passageiros que tentavam dormir.
Segundo a Polícia Federal, ela teria tentado agarrar um dos comissários e jogado suco de tomate em outro após se trancar no banheiro. A United Airlines informou que o piloto do avião comunicou o crime às autoridades brasileiras, que aguardavam a passageira no desembarque.
A brasileira, que mora na cidade de Newark – ao lado de Nova York (EUA) – e veio visitar a família em São José do Rio Preto (SP), disse na delegacia que estava terminando um tratamento psiquiátrico e que os remédios teriam afetado o seu comportamento. Mas, não comentou as agressões aos comissários. Ela pagou fiança de R$ 1 mil e foi liberada para responder em liberdade ao crime de injúria qualificada.
Pessoas que estão em tratamento psicológico não podem viajar sem um acompanhante. Foto: divulgação.
Pessoas que estão em tratamento psicológico não podem viajar sem um acompanhante. Foto: divulgação.

Embarque proibido

Pessoas que passam por tratamento psicológico possuem algumas restrições de viagem, principalmente por causa dos efeitos que podem ser potencializados por causa da altitude e da pressurização do avião. Segundo Vânia Melhado, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial, pacientes assim só podem viajar de avião se estiverem com um quadro estável de sanidade, e “desde que acompanhados por um responsável”.
O Conselho Federal de Medicina elaborou uma cartilha que orienta aos passageiros sobre o que pode e o que não pode quando se está passando por algum tratamento médico. O documento, chamado de ‘Doutor, posso viajar de avião?’, aponta que “não devem voar as pessoas com transtornos psiquiátricos, cujo comportamento seja imprevisível, agressivo ou não seguro”.
A cartilha também possui orientações a passageiros em tratamento de doenças respiratórias, ortopédicas, cardíacas, entre outras, e pode ser consultada aqui.
Pessoas que estejam passando por algum tratamento médico precisam informar já no check-in sua condição de saúde. Foto: divulgação.
Pessoas que estejam passando por algum tratamento médico precisam informar já no check-in sua condição de saúde. Foto: divulgação.

O que pode levar à prisão?

Durante um voo, não importa a cidade ou o país, o comandante é a autoridade máxima do avião, e pode tomar a decisão que considerar melhor para a convivência a bordo. Tudo depende das diretrizes das próprias companhias aéreas.
No Brasil, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) garante ao piloto a autoridade “sobre as pessoas e coisas que se encontrem a bordo da aeronave”, e ele pode “desembarcar qualquer uma delas que comprometa a boa ordem, a disciplina, coloque em risco a segurança da aeronave ou das pessoas e bens a bordo”.
Pessoas que possam estar muito doentes, com risco de contágio, ou que provoquem confusões a bordo também podem ser retiradas. Há relatos até mesmo de voos interrompidos por causa de passageiros que consumiram muitas bebidas alcoólicas e foram retirados pelas autoridades do aeroporto em que ocorreu o pouso de emergência.
O passageiro que apresentar comportamento que comprometa a segurança do avião também pode ser retirado. Até mesmo uma simples meditação, como a que ocorreu em um voo do Havaí, nos EUA, para Tóquio, no Japão. Um passageiro de 72 anos foi preso depois que insistiu em fazer ioga ao invés vez ficar em seu assento. O piloto retornou para Honolulu e ordenou a retirada dele.
Empurrar ou chutar o assento alheio é considerado o hábito mais irritante de alguns passageiros. Foto: Creative Commons.
Empurrar ou chutar o assento alheio é considerado o hábito mais irritante de alguns passageiros. Foto: Creative Commons.

Hábitos condenáveis

Há também os hábitos que incomodam muito a boa convivência em um voo que não necessariamente causem prisão dos passageiros, exceto se evoluam para quadros de confusão. Conheça dez deles, elencados pela pesquisa Airplane Etiquette Study, do site Expedia:
1- Empurrar ou chutar o assento alheio.
2- Pais que deixam os filhos soltos na cabine.
3- Passageiros cheirando mal.
4- Pessoas que escutam música em volume alto.
5- Passageiros que consomem bebida alcoólica demais e incomodam os outros.
6- Quem puxa papo durante o voo e não para de falar.
7- Passageiros que se recusam a despachar as malas, lotando o bagageiro.
8- Pessoas apressadas que se levantam para desembarcar assim que o avião pousa.
9- Quem passa a viagem toda com o encosto do banco reclinado, sem se importar com a pessoa que está atrás.
10- Pessoas que seguram a fila do corredor durante a entrada na cabine quando veem um espaço vazio no compartimento superior.
LEIA TAMBÉM: