Turismo

Mochilão: como arrumar uma bagagem prática para viajar em curtas ou longas jornadas

Guilherme Grandi
15/06/2018 12:00
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O guia de alta montanha Freddy Duclerc explica que só se deve levar em um mochilão o que realmente irá usar. Foto: arquivo pessoal/Freddy Duclerc.

Viajar só com uma mochila nas costas é uma prática que está se tornando cada vez mais comum, principalmente depois que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberou a cobrança para o despacho de bagagens nos aviões.
Por isso, os compartimentos internos de bagagem nos aviões agora são disputados pelas malas e mochilas menores (que podem carregar até 10kg segundo a legislação em vigor desde o ano passado).
Mas viajar só com uma mochila nas costas não é exclusividade dos passageiros de avião. A praticidade que elas proporcionam também pode ser considerada por quem vai de carro, ônibus ou mesmo de carona para qualquer lugar.
O Viver Bem, mostra como você pode preparar uma mochila básica e completa para seis dias de viagem, da praia ao campo, com as roupas e acessórios realmente necessários:
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Menos é mais

Viajar no estilo “mochilão” não é simplesmente pegar a mochila e colocar algumas roupas dentro: é necessário ter um certo desprendimento de qualquer conforto e praticidade que uma mala proporciona, com uma quantidade muito menor de roupas, e apenas os artigos de higiene pessoal realmente necessários.
De acordo com o guia de alta montanha e trekking, Freddy Duclerc, o viajante de mochila nas costas tem de levar em conta se realmente tem condições para este tipo de experiência. “Ela precisa pensar em como é o lugar que vai visitar, se é praia, montanha, o clima, a chamada ‘logística’ da aventura”, conta ele, ressaltando que muita gente já começa errando na organização (muitas vezes sem nem saber como é o lugar que se pretende conhecer).

Tamanho ideal

Com os detalhes do destino pesquisados em maõs, Duclerc explica que o principal ponto a se considerar é o conforto. “No geral, além dos equipamentos, é preciso ter uma mochila adequada que seja confortável, já que normalmente vai ter que andar muito. As pequenas, de até 35 litros, são para permanência curta em um destino. Já para viagens mais longas, vamos levar as cargueiras acima de 55 litros, com barraca, saco de dormir, etc”, afirma.
As roupas também devem ser peças leves – de sistema Dry – que facilitem a evaporação da água, secagem rápida e proteção solar para a pele. Isso é fundamental para quem vai para a montanha, por exemplo.
O guia conta que um erro muito comum das pessoas é viajar com casacos grandes e pesados, que ocupam muito espaço: “o correto é se vestir em camadas de roupas, assim vai tirando ou colocando cada uma de acordo com a temperatura. Leve também um casaco impermeável fino e respirável, para cortar o vento. Assim você equilibra a temperatura corporal com o ambiente”, explica.
Outra recomendação é levar uma capa de chuva para a mochila. Foto: acervo pessoal.
Outra recomendação é levar uma capa de chuva para a mochila. Foto: acervo pessoal.
Para os calçados, Freddy indica uma bota de cano médio ou alto para jornadas de vários dias: “por exemplo, se você torcer o pé, a sua viagem acabou. Uma bota de cano médio ou alto evita esta torção”.
Na hora de fazer a mochila, coloque sempre o calçado primeiro — um par já está bom, e não esqueça de colocá-lo dentro de um saco protetor antes, para não sujar as outras roupas.

Remédios e alimentação

E sempre verificar a previsão do tempo antes de viajar, para saber o que colocar na mochila. Foto: acervo pessoal.
E sempre verificar a previsão do tempo antes de viajar, para saber o que colocar na mochila. Foto: acervo pessoal.
Um kit de primeiros socorros com medicamentos básicos (para dor de cabeça e dor de estômago) também deve estar sempre na bagagem. E quem vai se aventurar para  lugares mais remotos, sem serviços ou longe de restaurantes e supermercados (como uma montanha, por exemplo), precisa pensar também na alimentação.
Freddy recomenda levar lanches adequados com proteínas e que não estraguem, e até mesmo bisnagas de gel energético que ativam rapidamente a energia para situações de queda na pressão. “Sugiro preparar kits de lanches de trilhas para cada dia, com castanhas, frutas secas, barras de proteínas que sustentam, e uma sopa em pó ou carne seca a noite. Uma massa também vale, mas não os preparos instantâneos que possuem muito sódio e podem reter líquidos”, explica.
Além disso, o guia sugere também se precaver nas questões de segurança e trajeto: verifique com antecedência se há sinal de celular ou GPS na região, e leve um mapa do local. “Avise os parentes e amigos para onde vai, sinalizando o dia de partida e de retorno. Sempre aconselho a contratar um guia quando não se conhece o caminho e não possui autonomia de andar em trilhas, para evitar problemas de se perder”, completa Freddy.
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