Turismo

Primeira viagem do “Buser”, o Uber do ônibus, foi interditada no primeiro quilômetro

Redação, colaborou Monique Portela
10/07/2017 18:37
Thumbnail

Foto: Bigstock

A primeira viagem do Buser, plataforma com proposta semelhante ao Uber e ao 99 Taxis, foi interditada por fiscais do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG). A viagem aconteceria na última-sexta-feira (7), mas teve que ser interrompida antes de mesmo de completar o primeiro quilômetro.
Com 35 passageiros, o ônibus fretado da empresa Ramos Turismo partiu às 19h30 de Belo Horizonte com destino à Ipatinga. Cerca de 500 metros depois, uma viatura com fiscais parou o veículo. “O nosso advogado ficou quase duas horas discutindo com eles. Só depois chegou uma liminar da justiça de Minas, que proibia a Buser de fazer viagens. Mas nós não somos um aplicativo de transporte, somos  uma empresa que une pessoas que querem ir para um mesmo lugar”, explica Marcelo Vasconcellos, um dos criadores do Buser.
Para que os passageiros não perdessem a viagem, o ônibus foi direcionado para a rodoviária, onde os passageiros puderam comprar passagens em ônibus com serviço convencional. O trecho Belo Horizonte – Ipatinga, que saiu R$ 29,90 para quem comprou pelo aplicativo Buser, custou R$ 79,90 pelas linhas convencionais. O valor será reembolsado pela Buser.
A empresa ganhou popularidade nas redes sociais ao anunciar passagens com economia de até 50% em viagens de ônibus intermunicipais.
Nota do DEER/MG
Em nota, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas por intermédio do DEER/MG alegou que é proibido qualquer tipo de captação de passageiros que fuja aos regulamentos que norteiam o transporte regular concessionado ou por fretamento.
“Portanto, qualquer forma de captação de passageiros feita por meio de aplicativos como buser, redes sociais, como facebook ou outros que venham a concorrer com o transporte público serão alvo de fiscalização. Os passageiros deverão seguir viagem nas alternativas de transporte regular existentes”, explica em nota. Além disso, a Secretaria afirma que nenhuma empresa de fretamento está autorizada a fazer viagens regulares para roteiros onde já existam linhas licitadas operando.
A Secretaria também afirma que, em relação à empresa que faria o transporte de Belo Horizonte para Ipatinga na última sexta-feira (7), será aberto um procedimento administrativo para a apuração dos fatos “e, caso confirmadas as irregularidades, a mesma terá seu cadastro suspenso no Departamento por até 360 dias”.
Buser
A empresa focada em economia compartilhada surgiu em junho deste ano. Sua proposta é conectar pessoas interessadas em viajar para um mesmo destino por meio de ônibus de fretamento executivo. Para isso, o Buser faz a cotação dos valores de fretamento executivo junto a diversas empresas, depois divulga os valores em sua plataforma. Quem se interessar, sinaliza, e quando houver uma lotação mínima, o frete é contratado.
LEIA TAMBÉM: