Turismo

“Passar por sufoco faz parte da viagem”, diz Caio Castro

Amanda Milléo
06/10/2016 14:00
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(Foto: reprodução Instagram do ator)

Não se trata de um guia de viagens, como vai logo avisando o ator/escritor Caio Castro, durante o lançamento em Curitiba do seu livro “É por aqui que vai pra lá” (Editora Globo Estilo, R$ 39,90), na Livraria Curitiba. Trata-se, porém, de um álbum de fotografias de todos os lugares que o ator visitou durante o seu ano sabático, em 2012. Inspirado por Sebastião Salgado, Caio viajou para o Japão, Estados Unidos, Irlanda, França e Portugal com um olhar especial, e pretende, através do livro, inspirar outras pessoas a viajarem mais e serem mais livres. Confira a entrevista exclusiva que o Viver Bem fez o ator na noite da última quarta-feira (5).
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O livro se propõe a ser um guia de viagens?
Eu não sei se é um guia porque eu não dou dicas de lugares. Na verdade, a minha pretensão não é ser um escritor, nem um bestseller nesse segmento. Mas a partir do momento em que eu fiz essa viagem, muita coisa mudou na minha vida, muitos benefícios pessoais e também profissionais. E eu pensei: “Por que não inspirar as outras pessoas? Por que não compartilhar isso e mostrar que é possível fazer uma viagem de um ano, que é viável sair do país?” Viajar é possível e é necessário. A ideia principal do livro é inspirar, compartilhar. Não sei se é um guia, mas é um compartilhamento, é um álbum de fotografias que eu quis compartilhar.
Qual dos lugares que você visitou lhe inspirou mais?
Durante a viagem eu fui para o Japão e depois voltei mais duas vezes para lá. Eu achei um lugar muito bom, diferente, muito extremo, no sentido de educação, de organização, de evolução tecnológica.
Em quais cidades você passou o maior sufoco?
Sufoco depende do ponto de vista, mas sufoco mesmo eu não passei porque toda dificuldade para mim era válido, era conteúdo, era história e fazia parte da viagem. Se eu não tivesse passado por nenhum sufoco, talvez eu achasse que não vivi. Eu passei por um terremoto no Japão, quase fui deportado da Irlanda, e ficava mais de uma hora na salinha do aeroporto dos Estados Unidos. Essas coisas deram uma empacada na viagem, mas fizeram parte do processo.
Mas, o terremoto, em particular, foi diferente porque eu queria muito, eu esperei por aquele momento. Chegamos no hotel e a mulher do hotel falou: “Fica no andar mais baixo porque é aconselhável, você sente menos”, e eu disse: “você me dê o quarto no andar mais alto que você tiver”. Fiquei no 13º e senti tremer tudo, balançar legal.
Quais são as dicas principais que você daria a quem está pensando em tirar um ano sabático também e quer viajar?
Antes de tudo é se permitir fazer isso. É saber que as possibilidades vão aparecer, que as oportunidades vão surgir e se permitir viajar, explorar, não ficar preso a nada. Depois, uma dica importante é buscar uma forma de renda alternativa, porque a preocupação também é muito nesse sentido financeiro.
Para viajar, precisa ter dinheiro ou de uma ideia muito boa. Eu vi pessoas viajando nesse tempo que vendiam quadros, pintavam, faziam restauração de paredes, trabalhavam no bar dos hostels. Achar um plano financeiro para a viagem é um passo importante.