Turismo

Como calcular a quantidade de moeda para levar em cada viagem

Guilherme Grandi
19/09/2018 17:00
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Segundo a especialista, trocar o dinheiro no país de destino pode ser mais barato do que nas casas de câmbio do Brasil. Foto: VisualHunt.

Uma das dúvidas mais comuns de quem vai para fora do país é o quanto levar de dinheiro para a viagem. É preciso comprar toda a quantia aqui no Brasil, ou é melhor deixar para sacar ou trocar a moeda no exterior?
De acordo com a especialista em viagens da Minds Travel, Lorena Peretti, o viajante deve evitar levar daqui altas quantias. E mais: usar o cartão de crédito pode ser mais prático, mesmo com as taxas.
A pedido do Viver Bem, a especialista elencou 5 dicas importantes para você não provocar um rombo no seu bolso durante uma viagem internacional:

1- Moeda estrangeira

A cotação do Real pode variar muito entre as casas de câmbio locais e as do destino que irá visitar. Lorena Peretti recomenda que o turista leve pelo menos 20% do orçamento da viagem em espécie, na moeda do país (euro, peso, dólar, etc). Se precisar de mais, faça a conversão na própria cidade de destino.
Mas fique atento: jamais troque o dinheiro com ambulantes que ficam nas ruas se oferecendo para fazer câmbio. A cotação pode ser tentadora, mas a possibilidade de receber uma nota falsa é maior.
Também evite trocar moeda estrangeira nas casas de câmbio dos aeroportos. Elas costumam ter uma cotação mais alta do que as localizadas nas ruas de maior movimento, já que não há uma regra oficial que defina qual deve ser o valor cobrado. Cada casa de câmbio faz a sua própria cotação, e quanto maior a concorrência, menor será a taxa.
Uma alternativa às casas de câmbio é sacar dinheiro em caixas eletrônicos com seu cartão de crédito ou múltiplo (crédito e débito), já que utilizam a cotação oficial da moeda local (veja a cotação aqui). No entanto, esta operação pode ser taxada dependendo da modalidade de saque:
– Saque do cartão de crédito – é cobrado 6,38% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o valor total de cada saque, pois é como se você estivesse fazendo uma compra internacional.
– Saque da conta bancária – é cobrada uma taxa que varia de US$ 4 a US$ 6 (R$ 16 a R$ 24, dependendo do câmbio do dia) independente do valor sacado.
Os caixas eletrônicos internacionais costumam ter um limite diário de saque, geralmente o equivalente a US$ 300 (R$ 1.241). Esta quantia pode variar para mais ou para menos dependendo do país visitado, e será informada no terminal se o saque exceder o valor permitido.
Para sacar dinheiro no caixa eletrônico você precisa autorizar a função internacional e de débito do seu cartão. Isso pode ser feito pelo aplicativo do internet banking ou pela central de atendimento da operadora.
Ou, ainda, converse com o gerente da sua conta corrente, ele irá te orientar sobre isso.

2- Real 

Se você for para a Argentina ou o Paraguai, poderá usar o Real nas compras do dia a dia. Já no Chile e no Uruguai – Pesos Chileno e Uruguaio – não será um bom negócio, já que a nossa moeda costuma ter uma cotação mais baixa nos meses de alta temporada (inverno e verão, respectivamente). Ou seja, embora seja mais prático para nós, não é nada vantajoso para o comerciante que deverá trocar o dinheiro depois.
A especialista recomenda atenção à moeda do país que pretende viajar. O Euro e o Dólar são aceitos em praticamente todo o mundo, mas a cotação é bem maior. “Monitore o quanto ela está valendo frente ao Real”, explica Lorena Peretti. No site do Banco Central (clique aqui) é possível acompanhar a cotação oficial do Real para as moedas de todos os outros países do mundo.
Ela elaborou um ranking dos destinos mais visitados pelos brasileiros em 2018 de acordo com as moedas compradas:
1- Santiago, Chile (Peso Chileno)
2- Buenos Aires, Argentina (Peso Argentino)
3- Nova York, EUA (Dólar dos Estados Unidos)
4- Paris, França (Euro)
5- Lisboa, Portugal (Euro)
6- Cartagena, Colômbia (Pesos Colombianos)
7- Orlando, EUA (Dólar dos Estados Unidos)
8- Londres, Inglaterra (Euro)
9- Cancún, México (Peso Mexicano)
10- Tóquio, Japão (Iene)
O Dólar dos EUA e o Euro são aceitos em praticamente todos os países do mundo, mas é recomendável comprar a moeda local.  Foto: VisualHunt.
O Dólar dos EUA e o Euro são aceitos em praticamente todos os países do mundo, mas é recomendável comprar a moeda local. Foto: VisualHunt.

3- Um pouco a mais

Lorena explica que o ideal é checar quantos dias você tem para viajar, o que pretende fazer no destino e quanto de dinheiro está disposto a gastar. Mas, imprevistos acontecem.
“Para não passar por dificuldades, deixe uma reserva de 15% a mais do que o planejado. Experimentar o que não planejamos também faz parte da viagem, por isso que a reserva é tão importante”, completa.

4- Cartão de crédito

Apesar da cobrança do Imposto sobre Operação Financeira (IOF) de 6,38%, usar o cartão de crédito pode ser mais prático e seguro.
A diferença é que a maioria dos bancos e operadoras utiliza a chamada variação cambial na conversão da compra internacional, e usando o Dólar dos EUA como balizador. Ou seja, você só vai saber quanto pagará pela compra quando for quitar a fatura.
“O Dólar utilizado não é o do dia que você fez a compra, e isso se torna uma verdadeira caixinha de surpresas”, diz a especialista sobre a  alta volatilidade da moeda (ora mais barata e ora mais cara).
Lorena explica que há algumas operadoras de cartões de crédito que já começaram a operar o Dólar no dia do processamento da compra, como o Nubank, por exemplo. Isso ajuda o turista a se planejar um pouco mais na hora de utilizar o dinheiro de plástico.
Mas fique atento: as compras feitas no cartão de crédito devem ser na moeda local do país visitado ou em Dólar. Algumas maquininhas costumam fazer a conversão na hora e, pela legislação brasileira, compras estrangeiras em Real não são autorizadas pela operadora. Se isso acontecer, peça para o comerciante não fazer a conversão na hora.
Também é possível sacar dinheiro em caixas eletrônicos estrangeiros, mas o cartão precisa estar com a função autorizada. Foto: VisualHunt.
Também é possível sacar dinheiro em caixas eletrônicos estrangeiros, mas o cartão precisa estar com a função autorizada. Foto: VisualHunt.

5- Função internacional

Isso parece uma dica óbvia, mas muitos viajantes que vão para fora do país pela primeira vez se preocupam com todo o roteiro e esquecem de liberar a função internacional do cartão.
A especialista da Minds Travel recomenda que o turista confirme no banco ou operadora se o cartão já está com a função ativa. Alguns deles permitem que essa autorização seja feita diretamente pelo aplicativo ou internet banking, mas em outros é preciso ligar para a central de atendimento.
Além do planejamento financeiro, o turista não deve esquecer de confirmar se o país de destino exige documentos ou vacinas a mais do que apenas o passaporte – como visto, seguro ou imunização contra doenças endêmicas – e se precisará de alguma autorização extra para outras atividades.
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