Turismo

Crise no turismo: reservas caem 50% nas cidades mais procuradas para o feriado

Guilherme Grandi
30/05/2018 17:47
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Entidades afirmam que média de cancelamentos em hotéis é de 50% das reservas. Foto: Bigstock.

A incerteza dos rumos da greve dos caminhoneiros está fazendo com que muitos paranaenses desistam de viajar neste feriadão de Corpus Christi. Apesar de quase normalizado em Curitiba, o desabastecimento ainda continua em algumas cidades e ainda há vários voos cancelados, o que deixou as pessoas inseguras para passarem os quatro dias fora.

Reservas canceladas

As entidades que representam o mercado hoteleiro nos principais destinos desta data preveem queda de até 50% no movimento, com muitos cancelamentos em cima da hora. Só no Paraná, por exemplo, os cancelamentos beiram os 80%.
De acordo com a diretora da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (ABIH-PR) Francielle Zuffo, as reservas vêm sendo canceladas desde a semana passada. “As pessoas estão com medo de pegar a estrada. Para a ABIH, o turismo paranaense está sofrendo muito com isso”, fala.
Além disso, muitos hotéis precisaram  readaptar os seus serviços: no Ecoresort Capivari, em Campina Grande do Sul, a gerência comunicou aos hóspedes que, por conta da paralisação dos caminhoneiros, o sistema de aquecimento das piscinas será desligado pela falta de insumos.
O destino mais procurado do estado, a cidade de Foz do Iguaçu, pelo menos 30% das reservas foram canceladas apenas nesta semana. “Mesmo que o abastecimento se normalize, acho difícil que as pessoas decidam viajar em cima da hora”, explica o gerente geral do Complexo Turístico de Itaipu, Yuri Benites.

São Paulo

São Paulo completa 464 anos no dia 25 de janeiro de 2018. Foto: Paulo Palma Beraldo / Reprodução
São Paulo completa 464 anos no dia 25 de janeiro de 2018. Foto: Paulo Palma Beraldo / Reprodução
Já a capital paulista, apontada como o destino mais procurado neste feriadão, terá uma quebra de 50% nas reservas. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP) estima um prejuízo na casa dos R$ 60 milhões nos segmentos ligados ao turismo.
O presidente da entidade, Bruno Omori, conta que a crise “impactou negativamente no cancelamento principalmente nos destinos de lazer, eventos e negócios em todo Estado, mas especialmente nos destinos de inverno que já estariam com alta ocupação e que tiveram mais de 50% de cancelamentos das diárias”.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) prevê um prejuízo ainda maior se contado todo o estado: R$ 104 milhões durante os quatro dias de feriadão. A presidente do Conselho de Turismo da entidade, Mariana Aldrigui, explica que as pessoas “estão evitando viajar de carro, por não saberem se irão conseguir reabastecer para voltar depois”.
Na análise do Conselho de Turismo, caso não haja solução do problema nos próximos dias, a atividade turística não será afetada apenas durante o Corpus Christi, mas também refletir nos principais eventos da cidade, como a Parada do Orgulho LGBT e o tradicional turismo de compras, característico dos feriados prolongados.

Santa Catarina

Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Foto: VisualHunt.
Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Foto: VisualHunt.
As cidades litorâneas de Santa Catarina, que também recebem muitos paranaenses de carro, estão vendo as reservas praticamente derreterem para o feriadão.
Segundo o vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Balneário Camboriú (Sindisol), Dirce Fistarol, era esperado um movimento em torno de 50% de ocupação. “Mas desde que começou a greve, as reservas caíram e agora também não há nenhuma procura. A ocupação deve ficar em torno de 10% a 15%”, pontua.
No restante do estado, a Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Fhoresc) estima perdas de 40% a 50%.

Cancelamento de pacotes

Além das reservas isoladas, muitos paranaenses desistiram até mesmo pacotes inteiros de viagens. A Agência Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) disse que o mercado como um todo tem colaborado com os clientes, acatando remarcações sem multas ou penalidades.
Em nota, a entidade afirma que, até o momento, “não tivemos relatos de casos não solucionados, seja com pedidos de cancelamento ou reacomodação”, e que está acompanhando a movimentação das agências e companhias associadas.
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