Turismo

O que fazer em um dia no porto revitalizado do Rio de Janeiro

Carolina Werneck
17/12/2017 12:00
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O AquaRio é uma das novas atrações do chamado Porto Maravilha. Foto: Reprodução/Facebook

Revitalizada para as Olimpíadas de 2016, a área em torno do primeiro porto do Rio de Janeiro ganhou uma série de atrações turísticas. O Viver Bem montou um roteiro completo de um dia para conhecer essa região que integra de lugares históricos a intervenções contemporâneas.
O passeio começa no AquaRio, o aquário marinho do Rio de Janeiro, com 26 mil m². Ali o público encontra oito mil animais de 350 espécies, inclusive arraias e tubarões. Localizado na Praça Muhammad Ali, o aquário é um ótimo ponto de partida para uma visita à região batizada de “Porto Maravilha” depois de sua revitalização. Os ingressos custam R$ 80 (R$ 40 a meia entrada) para o público em geral e R$ 60 para moradores e pessoas nascidas no Rio de Janeiro. A visita dura, em média, uma hora. Os ingressos podem ser comprados pelo site do aquário.
"Margarida", tubarão Mangona que está entre as estrelas do aquário, passa pertinho dos visitantes.
"Margarida", tubarão Mangona que está entre as estrelas do aquário, passa pertinho dos visitantes.
Ao final do tour no AquaRio, siga pela Avenida Rodrigues Alves. À sua esquerda, uma série de enormes galpões são uma lembrança da época de ouro do café brasileiro. Chamados de “Galpões da Gamboa“, os espaços que somam 18 mil m² também foram restaurados e, hoje, recebem eventos. Em um deles, o Youtube tem um estúdio em que canais com mais de dez mil inscritos podem gravar seus vídeos. O local não é aberto ao público.
Também é na Rodrigues Alves que fica uma série de intervenções artísticas. À direita de quem caminha em direção à Praça Mauá está, por exemplo, o Mural Etnias, do artista paulistano Eduardo Kobra. Pintado para enaltecer os muitos povos que povoam o planeta, o mural foi considerado, em 2016, o maior grafite do mundo. Embora já tenham sido superados pelo próprio Kobra, seus coloridos 3 mil m² continuam impressionando pela riqueza de detalhes e texturas.
Pintado pelo muralista Kobra, o "Etnias" serve de pano de cenário para o porto. À frente, Feira do Porto e seus produtos de artesanato. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
Pintado pelo muralista Kobra, o "Etnias" serve de pano de cenário para o porto. À frente, Feira do Porto e seus produtos de artesanato. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
Um pouco mais à frente, outro desenho chama a atenção de quem passa por sua sensibilidade. Feita pela artista plástica Rita Wainer, a imagem de uma moça de cabelos escuros encarando o mar é acompanhada da frase “saudade é Amor te sigo esperando“. Não é à toa que a pintura vive sendo cenário das fotos de quem visita esse cantinho do Rio.
Obra da artista plástica Rita Wainer. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
Obra da artista plástica Rita Wainer. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
Continue o passeio ao longo da Avenida Rodrigues Alves e aprecie os demais trabalhos que fazem dela uma galeria de arte ao ar livre. Há obras de Vik Muniz, Raul Mourão e Luiz Zerbini, por exemplo. De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), todo terceiro sábado do mês é realizada ali a Feira do Porto. Se você der a sorte de topar com as barraquinhas de toldo preto e branco, não deixe de apreciar o artesanato e os quitutes vendidos ali.
Seu destino agora é a Praça Mauá, onde estão o Museu de Arte do Rio (MAR) e o inovador Museu do Amanhã. Aproveite para fazer seus registros desse amplo espaço que também é endereço de uma feirinha. A Feira do Amanhã é feita na praça todas as sextas-feiras, sábados e domingos, das 10h às 18h. Almoce em um dos muitos restaurantes que ficam nas proximidades da praça. Há opções de diversos tipos de cozinha por preços variados.
Museu do Amanhã é um dos queridinhos da região do Porto Maravilha. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
Museu do Amanhã é um dos queridinhos da região do Porto Maravilha. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
À tarde, visite o Museu do Amanhã, com suas instalações que levam à reflexão sobre nosso papel na construção de um mundo melhor e mais sustentável. Reserve pelo menos duas horas para esse museu, porque as exposições são incríveis e merecem ser apreciadas com calma. Os ingressos custam R$ 20, mas há meia-entrada por R$ 10. Para comprá-los, basta acessar o site do museu. A visita tem hora marcada e mesmo as pessoas com direito à gratuidade devem retirar seus vouchers pela internet. O Museu do Amanhã funciona de terça a domingo, das 10h às 18h, com última entrada às 17h.
Quem gosta de museus pode aproveitar e emendar uma visita ao MAR, que também fica por ali. O acervo é amplo e as exposições temporárias trazem de fotografias a ilustrações. Além do museu em si, há ainda um restaurante, um café e uma loja que vende produtos criativos de design. O valor dos ingressos é o mesmo do Museu do Amanhã, exceto às terças-feiras, quando a visita é gratuita.
Finalize o dia no Cais do Valongo, que fica na Avenida Barão de Tefé, s/n, em uma área conhecida como “Pequena África“. Descoberto em 2011 durante as obras de revitalização do porto, o cais tem uma história dura que merece ser lembrada. Aquele era o principal local de desembarque de escravos trazidos da África ao Brasil. Cerca de 500 mil pessoas passaram por lá a caminho da escravidão.
Cais do Valongo, próximo ao Porto Maravilha. Foto: Bruno Bartholini/Reprodução
Cais do Valongo, próximo ao Porto Maravilha. Foto: Bruno Bartholini/Reprodução
Construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia da Corte da Cidade do Rio de Janeiro, o cais foi remodelado em 1843 para receber a princesa Teresa Cristina Maria de Bourbon, então noiva do futuro Imperador Dom Pedro II. A partir dessa intervenção passou a ser chamado de Cais da Imperatriz, em um episódio de apagamento de seu histórico de sofrimento. Em 1911 ele foi aterrado e só voltou a ser descoberto um século depois. Em 2016, o Cais do Valongo recebeu o título de Patrimônio Mundial da UNESCO.
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