Turismo

Trem para Morretes pode deixar de funcionar mais de 100 dias por ano

Guilherme Grandi
19/06/2018 18:44
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Empresários dizem que turismo de Morretes perdeu de 30% a 50% do movimento após o fim parcial da Litorina. Foto: Eloá Cruz/Gazeta do Povo

O passeio de trem entre Curitiba e Morretes, que foi reduzido para apenas os finais de semana na baixa temporada, pode provocar uma perda de até 110 dias por ano no número de viagens. O roteiro turístico, um dos mais famosos do Brasil, deixou de ser operado diariamente após a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) considerá-lo como um serviço não regular no final do ano passado.
Na última semana, empresários do litoral e representantes do setor turístico do Paraná se reuniram para pedir a volta da operação diária do trem — ficou estabelecido que a ANTT apresentará uma solução ao impasse até a próxima terça-feira (26), quando haverá uma reunião em Brasília.
A audiência pública teve a participação de mais de 200 pessoas ligadas ao turismo, além das empresas Serra Verde Express (operadora do passeio) e Rumo (concessionária da ferrovia). De acordo com o deputado Ney Leprevost, que preside a Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa do Paraná, a expectativa é que o trem de passageiros volte a circular todos os dias. 

Prejuízo para o litoral

Apelidada de ‘crise do trem’ por comerciantes, a frequência menor da Litorina fez com que o movimento de turistas despencasse 50% nos dias de semana e 30% aos sábados, domingos e feriados. Empresários de Morretes dizem que a cidade sentiu no bolso a dependência do atrativo.
O passeio da Litorina vai até Morretes, e de lá é possível fazer roteiros até mesmo a Ilha do Mel. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.
O passeio da Litorina vai até Morretes, e de lá é possível fazer roteiros até mesmo a Ilha do Mel. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.
Para o diretor-presidente da Serra Verde Express, Adonai Aires de Arruda, a expectativa é de se chegar a um acordo que seja satisfatório entre a empresa e a concessionária da ferrovia. “Nós entendemos que a Rumo precisa fazer as obras e utilizar mais a ferrovia para o transporte de cargas, e estamos abertos ao diálogo para que possamos atender aos interesses de todos os envolvidos. Da nossa parte, acreditamos que podemos ter a oportunidade de ampliar a operação da Litorina para além das três temporadas estabelecidas”, explica.

Mais dias

Uma das alternativas que ele sugere é ampliar em um ou dois dias a operação na baixa temporada, quando o trem só desce a serra de sexta a domingo. “Alternativas e estratégias deverão ser debatidas para que toda a cadeia produtiva possa ser contemplada, e se não der, vamos continuar negociando”, completa.
As mudanças na Litorina, com seus 110 quilômetros de extensão, são decorrentes de uma orientação da Agência Nacional de Transporte Terrestres no regime de permissão da operação do trem de turismo, de acordo com informações da Serra Verde.
As saídas diárias ocorrem apenas nos meses de alta temporada (janeiro, fevereiro, dezembro) e no mês de julho (veja aqui o calendário completo).
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