O brasileiro é contra ou a favor de privatização? Depende, tanto de que empresa quanto de que brasileiro. O Instituto Paraná Pesquisas fez um levantamento com 2492 pessoas em 172 cidades dos 26 Estados e Distrito Federal. A margem de erro das amostras gerais é de 2 pontos percentuais.
Quando a pergunta é feita de forma genérica: “o senhor é a favor ou contra a privatização”, 35,4% se dizem a favor e 60,3% são contra, enquanto 4,2% não sabem ou preferem não opinar. Os mais resistentes às privatizações são os idosos, as mulheres, os que estão fora da população economicamente ativa e os que cursaram apenas o ensino fundamental.
AQUI a pesquisa completa: Privatização
É interessante que, quando o estudo fala da privatização de uma empresa específica, o comportamento muda. Ao perguntar sobre a privatização da Eletrobrás, a resistência diminui em todos os segmentos. Já quando se fala em privatizar Petrobras ou Caixa Econômica Federal, a resistência aumenta em todos os segmentos.
O dado mais interessante é que, ao contrário do que eu e muitos esperavam, a queridinha do Brasil não é a Petrobras, é a Caixa: 30,4% seriam favoráveis à privatização da petrolífera enquanto 29,6% aprovam a do banco. Quem já pegou uma fila dia 5 ou dia 30 na Caixa Econômica Federal tem noção do quanto o ataque de gafanhoto da corrupção na Petrobrás corroeu a imagem do que um dia foi o orgulho do nosso país.
Pessoas que têm secretária ou amigos importantes para resolver problemas com telefonia argumentam no twitter que, antes das privatizações, era praticamente impossível ter uma linha telefônica e por isso o brasileiro é ignorante quando se põe contra elas.
Da forma como foram feitas, as privatizações na telefonia criaram serviços caríssimos e ineficientes em comparação com outros países no mesmo estágio de desenvolvimento do nosso, o desrespeito ao consumidor é regra, a chamada das empresas à responsabilidade é exceção tão grande que vira notícia. Os serviços de atendimento são números de stand up de norte a sul do país. Agora faz o quê? Privatiza de novo?
As privatizações funcionam quando criam um clima de real competitividade de mercado, benéfico para o consumidor e não um novo simulacro do ambiente de prestação de serviço público, só que com outra marca.
Ex-desembargador afirma que Brasil pode “se transformar num narcoestado”
Contra “sentença” de precariedade, estados do Sul buscam protagonismo em negociação sobre ferrovia
Câmara de São Paulo aprova privatização da Sabesp com apoio da base aliada de Nunes
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Deixe sua opinião