Definindo a si mesmo como um “grosso sincero”, o publicitário e escritor Ênio Mainardi defende que o politicamento correto é um “monumento à covardia”. “O politicamente correto é uma mentira institucionalizada. Quem produz essa cartilha de coisas que podem ser feitas ou não são pessoas que não dizem isso explicitamente”, critica.
Em entrevista à Protagonista, o publicitário afirma que o debate público está contaminado pela crítica vazia e diz que o politicamente correto tem sido usado de forma política para “conferir valores a coisas que não existem”.
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Você vê os discursos dos políticos e ‘politicamente correto’ é a frase automática. O político que está ali para ganhar votos não pode se arriscar a ser inteligente. A esperteza do homem político é navegar conforme a onda. Ele não se dispõe a, chocando ou não, fazer as pessoas pensarem. ‘De onde veio o machismo? De onde veio a paixão sexual do pai pela criança?’
Com críticas ao presidente Michel Temer, Mainardi diz que o povo precisa de um “poderoso chefão” e declara apostar suas fichas no deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) — pré-candidato ao Planalto. Para ele, o debate público alavancado pela Internet tem suscitado novas expectativas em relação aos políticos e há uma crescente rejeição social ao “desempenho vulgar”.
Você vê o Temer falando e ele não se esforça para ser original. Tanto faz. Ele está ali para dizer lugares comuns e a barra dele está limpa. Essa é a forma mais vergonhosa de acusar o público de ser ignorante, de ser grosso e de aceitar qualquer merda.
“Quando se fala em politicamente correto, imediatamente vem à minha cabeça as ‘feminazis’, que são a contradição violenta ao machismo. A vontade de ser copartícipe no progresso da humanidade não existe. É só a crítica pesada, desagradável e não compensável pela sensibilidade ou o exercício de raciocínio. Acho que foi Buda quem disse: ‘Eu perdoo você, mas vou te processar’. Essa é a sabedoria perfeita”, ironiza.
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