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Toninho do PT: 17 anos sem respostas sobre o assassinato do prefeito de Campinas
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Lula utilizou, na campanha presidencial que pretendia levar adiante de dentro do presídio, a frase de Maiakovsky utilizada como homenagem oficial em Campinas, interior de São Paulo, para o prefeito Antônio da Costa Santos, de quem o PT parece ter se esquecido completamente:

No Palácio dos Jequitibás, sede oficial da prefeitura de Campinas, onde governou a cidade por 8 meses e 10 dias depois de eleito com 60% da preferência do eleitorado, Toninho do PT é oficialmente lembrado com a frase agora alardeada pela campanha #LulaLivre: “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas não conseguirão deter a Primavera”.

Depois de renegociar contratos milionários de merenda e limpeza urbana, o que já lhe rendia ameaças de morte, resolveu enfrentar também o crime organizado. Essa, aliás, já era uma de suas bandeiras. Num dos últimos debates dos quais participou, na TV Bandeirantes, Toninho do PT, ao lembrar o assalto que havia sofrido, prometeu soluções a: “todas as famílias que já foram assaltadas, violentadas e que conhecem o significado da impunidade e da falta de policiamento competente para que haja paz na vida de todos”.

Infelizmente, ele foi mais uma. Há 17 anos, ao passar pela avenida Mackenzie, foi baleado em seu carro. Ele havia acabado de passar em uma loja do Shopping Iguatemi de Campinas para retirar ternos que havia comprado e as investigações concluíram que os disparos foram efetuados porque ele fechou o carro dos bandidos que casualmente passavam por lá.

Em sua última filmagem, Toninho do PT fez um exercício de futurologia, foi na noite de 10 de setembro de 2001, horas antes de ser baleado.

“Nós temos a honra de ter uma concepção generosa sobre a questão ética. A Izalene é a primeira mulher na história republicana a ter um cargo no poder aqui. Se acontece alguma coisa comigo, ela é prefeita, vira a primeira prefeita da história de Campinas, com muita honra – minha amiga, companheira de anos. Através da mão dela, me filiei no PT.” – disse Toninho do PT

Izalene Tiene assumiu a prefeitura no lugar do vice, baleado horas depois de proferir essas palavras e meses antes de completar 50 anos de idade. O próprio corregedor da Polícia Civil de São Paulo viria a admitir depois que a investigação foi falha, não havia elementos suficientes para afirmar cabalmente que era crime comum – não político. E havia sobra de ameaças de crime político.

Na época, José Genoíno, estrela petista em ascensão, insistiu bastante pela reabertura do caso. A família de Toninho do PT continua insistindo. Até hoje, o assassinato do prefeito, que teve pouca repercussão imediata na mídia devido à tragédia do 11 de setembro nos Estados Unidos, permanece sem explicação convincente e fruto de diversas teorias da conspiração em Campinas e região.

É uma grande coincidência do destino que o PT use a frase em homenagem a Toninho justamente em sua campanha mais difícil, troque de candidato bem no aniversário de sua morte e, ainda assim, nenhum dos figurões lembre publicamente um dos nomes que representou a esperança de renovação do partido.

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