O Brasil está construindo hospitais de campanha. Neste fim de semana foi anunciado mais um hospital de campanha de 200 leitos em Manaus, em um encontro entre o presidente Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ministro da Saúde, Luiz Mandetta.
Eles estavam anunciando mais um hospital de campanha em Águas Lindas (GO) para não sobrecarregar os hospitais de Brasília. Além disso, o Brasil está adquirindo 65 mil respiradores artificiais novos.
As estatísticas mostram que a Itália usou 5 mil desses respiradores, o mundo usa hoje 50 mil, então por que 65 mil só para o Brasil? Será que não estão se aproveitando da situação de emergência para gastar demais?
Tomara que os Tribunais de Contas da União e dos estados estejam de olho nisso. Tem muitos governos estaduais que estão com a corda no pescoço e podem estar se aproveitando da situação. Espero que não seja isso.
Despolitizar a cloroquina
O neto de um ministro de Tribunal Superior teve uma crise de sinusite. Ele foi muito bem atendido porque o hospital estava vazio. Mas na hora em que eles foram embora, o ministro me contou, a médica que atendeu o neto dele pediu que fosse assinado um termo.
Nesse termo dizia que o atendimento tinha sido por coronavírus e impunha 15 dias de quarentena para todos da família. Ou seja, o hospital está fraudando as estatísticas da doença. Isso é muito ruim.
Um grupo de 32 cientistas brasileiros assinou um pedido junto ao ministro Mandetta reivindicando que a cloroquina seja usada de maneira precoce no tratamento do coronavírus, antes mesmo de se ter um resultado positivo para a Covid-19.
O motorista de Uber que estava internado aqui no Distrito Federal havia procurado o pronto-socorro quando estava com 40°C de febre na terça-feira passada e mesmo assim foi mandado para casa sem nenhuma prescrição.
Se tivessem prescrito a cloroquina ele não estaria na UTI. No fim de semana ele foi incubado e não deram o medicamento para ele - eu me informei no hospital - porque o remédio estava em falta.
Nós compramos a cloroquina para ele na farmácia e mandamos para o hospital. Depois que o remédio foi usado, a situação dele ficou estabilizada. Embora o estado ainda seja grave, ele já tem sinais de melhora.
Por outro lado, uma senhora de 97 anos que estava internada desde o dia 1º de abril, em São Paulo, teve alta no domingo. A filha dela de 59 anos, que já teve coronavírus, acompanhou a mãe, o que auxiliou na melhora. A senhora foi medicada com diuréticos, corticóides, antibióticos e com cloroquina.
Tem que afastar a briga política para atacar o vírus. Médicos que estão há décadas trabalhando na Amazônia sabem que a cloroquina é um antiviral muito importante. Seria bom se essa questão fosse despolitizada.
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