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Manifestante usou bandana com mensagem antifascista em protesto na Avenida Paulista
Manifestante antifascismo| Foto: Nelson Almeida/AFP

Domingo em São Paulo, quando um grupo de mais de 500 pessoas no Largo do Batata se dispersou, alguns foram pacificamente para casa; outros foram quebrar vidros do Bradesco e do Itaú. Na Avenida Paulista, outro grupo se manifestava, uns com bandeiras nacionais, outros com cartazes pedindo fechamento do Supremo e do Congresso. Em Copacabana, umas 200 pessoas de um lado e de outro, se manifestavam, falando em democracia e antifascismo. No Centro do Rio, outro grupo levava barras de ferro, coquetéis molotov e facas.

“Esquecemo-nos, muito frequentemente, não só de que 'há sempre um fundo de bondade nas coisas más', mas muito geralmente também, de que há um fundo de verdade nas coisas falsas.” - palavras do filósofo Herbert Spencer(in Primeiros Princípios), em brilhante tradução de Irapuan Costa Junior, ex-governador de Goiás. Em cidades brasileiras, no domingo, não se pode dividir manifestantes em democratas e fascistas. Aliás, democracia e fascismo provavelmente não encontrariam padrões por estas bandas.

Havia pessoas defendendo a democracia com a maior boa-fé, sem se dar conta de que já estamos numa democracia, à nossa moda. Pode-se xingar o presidente todos os dias, inclusive ameaçá-lo; fazer o mesmo com os presidentes da Câmara e do Senado, mas não se permite fazer isso com juízes do Supremo.

Antifascismo

Também havia pessoas, com a maior boa-fé, pedindo intervenção militar. Havia pessoas autointituladas antifascistas e havia pessoas gritando “Brasil acima de tudo”. Todos exercendo o direito democrático e constitucional de liberdade de opinião, de expressão e de manifestação.

O que está fora da lei é armar-se para agredir quem pensa diferente, ou se preparar para incendiar ou sair quebrando. A linguagem da violência é falada por quem carece dos argumentos da razão. Num lado e no outro há um fundo de verdade e coisas falsas; num lado e noutro há supostas boas intenções a justificar coisas más e ilegais.

Em Curitiba, rasgaram a Bandeira, talvez sonhando com o Navio Negreiro, de Gonçalves Dias (mas que bandeira é essa? …antes te houvessem roto na batalha, que servires a um povo de mortalha!). Mentes que bailam em ideais revolucionários, embriagadas em rótulos que, repetidos, se tornam verdade, mesmo sem ter fatos que justifiquem o carimbo. Repetem processo de Goebbels e Lênine. Nada de novo. Será que pensar dói?

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