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Agente de limpeza desinfeta estação de metrô no Rio de Janeiro.
Agente de limpeza desinfeta estação de metrô no Rio de Janeiro.| Foto: Carl de Souza/AFP

Dois aviões de carga e passageiros já decolaram para o Peru a fim de repatriar brasileiros. Eles vão pousar em Cusco. Eu vi algumas gravações de brasileiros que lá estão fazendo esse apelo e o governo brasileiro está atendendo. É aquela velha história de não deixar ninguém para trás. Os americanos, ingleses, alemães fazem isso, e nós também fazemos isso. É a solidariedade brasileira.

Vírus esperto

A primeira vítima do coronavírus a ter alta aqui em Brasília é uma advogada de 48 anos. Ela provavelmente foi infectada em um seminário no início de março. Fizeram novamente o teste, passou o ciclo e deu negativo para a doença.

Ela disse que só sentiu dor de cabeça e cansaço. O meu avô me dizia, quando eu ficava gripado, que não adianta tomar remédio, vai passar. As doenças têm um ciclo, que pode ser de sete, 10 ou 12 dias.

É muito esperto esse vírus. Quando uma pessoa saudável pega coronavírus pode até não ter sintomas, mas ela pode infectar outros e assim chega em uma pessoa mais fragilizada.

Para interromper o ciclo da doença é preciso que nós continuemos lavando bem as mãos e mantendo distância de outras pessoas, embora elas pareçam estar saudáveis.

A vítima fatal mais jovem do coronavírus tinha 25 anos. Era um paulistano, motorista de aplicativo, que sofria de bronquite e foi essa doença que fez com que ele morresse, lamentavelmente. As mortes pelo vírus no Brasil estão concentradas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Medo é mau conselheiro

É um grande dilema que estamos passando: outros estados que não registram muitos casos de coronavírus devem ou não parar? Porque se parar a economia significa que teremos uma recessão violenta ou uma depressão econômica, o que seria ainda pior. A gente fica entre um e outro.

É aquela história da filósofa Philippa Foots, um guarda-chave está vendo um trem em alta velocidade e percebe que se o trem continuar vai atropelar cinco trabalhadores que estão na linha do trem. E se ele conseguir desviar, somente um trabalhador será atropelado. O que ele vai fazer?

É terrível pensar nisso agora, mas vamos tomar as decisões corretas com serenidade porque o medo apavora e não é bom conselheiro. Vamos nos livrar do medo e enfrentar com coragem essa situação.

Não dá para parar de produzir riqueza porque senão vai ser pior. Vai chegar um momento em que não haverá mais recursos nem para pagar a folha de pagamento do funcionalismo público federal e muito menos para as empresas privadas.

Há ideias de reduzir os salários do setor público; de dar um bônus para todos de maneira igual, inclusive para o setor público, tanto Judiciário, Legislativo quanto Executivo; e de congelar os salários até que tudo volte ao normal.

Todos estão atentos com isso. Já há pessoas saindo da crise aqui no Brasil. Como disse aquele naturalista inglês “ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”.

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