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Presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo prestou testemunho à CPI da Covid nesta quinta-feira (13).
Presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo prestou testemunho à CPI da Covid nesta quinta-feira (13).| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente da América Latina da Pfizer, Carlos Murillo, depôs na CPI da Covid e esclareceu as dúvidas levantadas normalmente, embora os interrogadores da comissão tentassem dar as respostas antes mesmo de fazer as perguntas.

Sim, a Pfizer enviou uma carta de oferta para compra de doses de vacinas endereçada a algumas autoridades do Brasil, inclusive, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde da época. Mas aquele não era o momento de fechar nenhum negócio.

A empresa tentou vender o imunizante em agosto, em outubro e em outros meses de 2020. Mas o pedido de uso emergencial da vacina fabricada pela Pfizer só foi feito no final de novembro. Ou seja, ainda não havia registro na Anvisa.

No próprio país de origem, a FDA (agência dos EUA equivalente à Anvisa) só deu autorização para uso da vacina da Pfizer no dia 11 de dezembro. Se o governo brasileiro fizesse a loucura de fechar negócio com uma vacina sem registro e comprovação de eficácia e segurança, certamente seria acusado de crime de responsabilidade.

Portanto, a União esperou e fechou o negócio em 2021, já que a Anvisa deu aval para o uso emergencial do imunizante da farmacêutica em 23 de fevereiro. Depois disso, o Brasil comprou 100 milhões de doses a dez dólares cada, com entrega até o final do ano, e há dois dias adquiriu mais 100 milhões a 12 dólares cada, com previsão de chegada em setembro.

Somando ambas as aquisições o valor fica em 2,2 bilhões de dólares, convertendo são quase R$ 10 bilhões investidos. É possível perceber porque a venda antecipada era interesse da Pfizer e a farmacêutica se mobilizou para contatar o governo brasileiro. Até o final do ano a empresa entregará 200 milhões de doses.

Isso ficou esclarecido, mas os membros da CPI tentaram por todos os meios inventar conspirações afirmando que o governo Federal se omitiu. Porém tudo ocorreu no seu devido tempo, um passo de cada vez para não tropeçar.

Salvo-conduto para Pazuello

A Advocacia-Geral da União, ao ver a inquisição ibérica feita contra o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten na CPI, entrou com um pedido de salvo-conduto no Supremo Tribunal Federal para que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello tenha o direito de permanecer calado se preferir e não seja preso por isso.

O pedido da AGU tem base na Constituição de que ninguém é obrigado a criar prova contra si próprio. Como Pazuello responde a um inquérito sobre a falta de oxigênio em Manaus, as falas do ex-ministro podem atrapalhar sua defesa.

No dia anterior, o ex-secretário foi tratado como se fosse criminoso na CPI. Aquilo foi desrespeitoso. Parece que ele estava em um interrogatório policial. Ele ficou praticamente preso, porque impediram Wajngarten de sair do Senado e pediram para ele ficar em um local determinado enquanto os senadores foram lanchar.

O próximo depoimento na CPI na terça-feira que vem será do ex-chanceler Ernesto Araújo na próxima semana.

Relações cortadas com Renan

Muita gente pensou que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) queria ser relator da CPI para intimidar o presidente e usar isso como moeda de troca, mas o que se viu nesta quinta-feira (13) em Alagoas acabou com qualquer possibilidade de acordo.

Bolsonaro foi recebido por uma multidão tanto na inauguração de mais um trecho da transposição do Rio São Francisco, o Canal do Sertão Alagoano, quanto na cerimônia da entrega das 500 unidades habitacionais em Maceió (AL).

Quem estava junto de Bolsonaro gritou a frase “Renan vagabundo” em alusão ao xingamento feito pelo filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na véspera. O próprio presidente disse em discurso que tem "vagabundo inquirindo pessoas de bem" na CPI.

Voto auditável, sim

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), rival de Renan, estava ao lado do presidente em Alagoas e deu declarações favoráveis ao voto auditável.

Isso é um passo importantíssimo para que tenhamos certeza do nosso voto, independente de quem se vota. É preciso ter certeza que o voto está imune a fraude. Há pessoas que dizem não ser difícil hackear a urna eletrônica, apesar de ela ser testada frequentemente.

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