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João Doria embarcou para Miami para passar as festas de fim de ano. Criticado nas redes sociais, voltou rapidinho ao Brasil.
João Doria embarcou para Miami para passar as festas de fim de ano. Criticado nas redes sociais, voltou rapidinho ao Brasil.| Foto: Nelson Almeida/AFP

O governador de São Paulo, João Doria, voltou de Miami um dia após ter viajado para lá. A justificativa oficial é que o vice dele, Rodrigo Garcia, testou positivo para Covid-19. Mas Garcia tem 46 anos; Bolsonaro aos 65 anos continuou trabalhando quando se infectou. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, tem câncer e mesmo assim seguiu trabalhando.

Por isso, tenho dúvidas se esse é o real motivo da volta de Doria. Provavelmente, ele deve ter decidido retornar porque percebeu o descontentamento de seus seguidores nas redes sociais após o governador decretar alerta vermelho na cidade como medida contra a pandemia e ir para os Estados Unidos.

Será que o vírus entra em recesso nas festas de fim de ano? Esse alerta vermelho é limitado aos dias 25, 26 e 27 de dezembro e 1º, 2 e 3 de janeiro — apenas serviços considerados essenciais poderão funcionar nessas datas.

Doria pretendia ficar dez dias em Miami com a esposa. Chegou a ser fotografado de madrugada embarcando, em Guarulhos. Mas ficou somente algumas horas em solo estrangeiro. Eu lembrei daquele filme do Júlio Bressane que se chama “Matou a família e foi ao cinema”; com Doria seria “fechou São Paulo e foi a Miami”.

Mais dinheiro para propaganda

João Doria aumentou em 70% a verba de publicidade do seu governo. Acredito que nenhum chefe de governo precisa de tanto dinheiro destinado à propaganda. As obras do governo, por si só, deveriam ser mais eloquentes que qualquer ato de marketing. Só é preciso trabalhar bem. Se alguém precisa de propaganda para se promover é porque está trabalhando mal.

O candidato de Maia, enfim, saiu

Rodrigo Maia finalmente anunciou um candidato de seu agrado para disputar a presidência da Câmara. Trata-se do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que superou Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) nas bolsas de aposta.

Essa é uma boa notícia para o governo federal, porque Bolsonaro sai ganhando em dois cenários, com a vitória de Rossi ou de Arthur Lira (PP-AL), outro candidato declarado.

O bloco político a favor de Rossi é formado por 11 partidos, incluindo PDT e PT. Curiosamente, o deputado emedebista votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a favor da reforma trabalhista, dois temas caros aos partidos de esquerda.

Rossi é muito ligado a Michel Temer e é filho do ex-ministro da Agricultura de Dilma, Wagner Rossi. Eu ouvi que ele é aberto a um diálogo republicano e preocupado com questões nacionais.

Presidente nacional do MDB, Rossi está no segundo mandato na Câmara Federal, já foi deputado estadual de São Paulo e vereador em Ribeirão Preto. Ou seja, ele é experiente e um bom candidato, sem dúvidas.

Crivella preso em casa

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, concedeu ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella, o benefício da prisão domiciliar. A prisão preventiva está mantida, mas em casa. Entre as justificativas de Martins para tirar Crivella do presídio é a pandemia de Covid-19 e a idade avançada do prefeito carioca, que tem mais de 60 anos.

Como Fernando Mac Dowell, vice de Crivella, faleceu em 2018 em decorrência de um infarto, quem assume o cargo neste final de mandato é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (DEM).

Seu sucessor, Eduardo Paes (DEM), também está respondendo a inquérito. Além disso, a Operação Hades, que prendeu o prefeito Crivella, também investiga o marqueteiro de Paes, Marcello Faulhaber — ele teve os bens bloqueados.

A corrupção do Rio de Janeiro é generalizada e sistêmica. No estado, esse é o sétimo chefe de Estado a ir preso ou ser afastado do cargo nos últimos quatro anos.

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