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Joaquim Levy em evento na última quinta (16) em Brasília.
Joaquim Levy em evento na última quinta (16) em Brasília.| Foto: Foto: Marcos Corrêa/PR

Esta e a próxima semana terão feriados. Isso vai dificultar o andamento das matérias que tramitam na Câmara e no Senado. Quinta-feira é Corpus Christi e na outra semana é a Festa de São João. É uma grande festa no Nordeste e certamente a bancada nordestina ficará por lá entre as suas bases. Então, vai haver um certo retardo. Provavelmente, já consideraram isso para estipular o objetivo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de votar em primeiro turno ainda neste semestre a reforma da Previdência – ainda antes do recesso parlamentar.

Hoje (17) teremos provavelmente o anúncio de um novo presidente do BNDES. Olhem só que modo diferente de demissão aconteceu com o anterior: terminou aquele café da manhã com os jornalistas na quinta-feira (13), foram tirar a tradicional fotografia e ninguém perguntou, mas o presidente Bolsonaro resolveu dizer que Joaquim Levy estava com a cabeça a prêmio. E aí não teve saída. No domingo (16), Levy pediu demissão.

Só para lembrar, Joaquim Levy é Chicago boy – formou-se em Chicago –, foi do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Bradesco, foi secretário do Tesouro de Lula, foi secretário de Finanças de Sérgio Cabral, foi ministro da Fazenda de Dilma e agora tinha sido indicado para a presidência do BNDES – muita gente estranhou por ele ter sido ministro de Dilma.

Caixa preta

Mas está lá no BNDES desde 2006 um senhor chamado Marcos Barbosa Pinto, diretor de Mercado de Capitais. Ele também renunciou quando soube que a causa da demissão de Levy tinha sido ele.

A causa, na verdade, é a demora em abrir a caixa preta do BNDES, porque todo mundo quer saber, afinal, como fizeram transações no valor de R$ 407 bilhões que eram destinados ao Nordeste e acabaram indo para as ditaduras da Angola, de Venezuela e de Cuba, financiando empreiteiras brasileiras em obras nesses países e também lá para o senhor Pepe Mujica no Uruguai e para a senhora Kirchner na Argentina – que os argentinos chamam de la cretina Kirchner, fazendo um trocadilho com o nome dela, que é Cristina.

O ministro Paulo Guedes deve encontrar um novo presidente para o BNDES. Foi para Guedes que Levy pediu demissão, antecipando-se às ordens do presidente da República. O interessante é que esse Marcos Barbosa Pinto, significativamente, foi defendido nas redes sociais por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo.

Aparelhamento

Pois é, essa questão de ficar gente do passado lá dentro, torpedeando o atual governo, é uma coisa séria. Esse problema ainda existe, principalmente no Ministério da Educação e no da Saúde – e em lugares que a gente nem sabe mais, porque foi tudo aparelhado.

Nos Correios, foi demitido o general Juarez de Paula, que Michel Temer tinha escolhido como presidente. Eu entendi, porque vi um discurso que ele fez quando os funcionários foram falar com ele contra a privatização dos Correios: ele disse que faria de tudo para impedir a privatização, porque em primeiro lugar vinham os interesses dos funcionários.

Quando ouvi aquilo, levei um susto. Gente, em primeiro lugar vem o Brasil. O primeiro interesse em uma estatal é o do Brasil – o do dono. O interesse do funcionário são outros quinhentos. Provavelmente foi essa a causa. O presidente Bolsonaro – no dia desse café da manhã em que ele demitiu os dois – disse que o general Juarez agiu como sindicalista, defendendo outros interesses.

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