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Manifestação contra Bolsonaro em Brasília: número de manifestantes ficou abaixo do esperado pelos organizadores
Manifestação contra Bolsonaro em Brasília: número de manifestantes ficou abaixo do esperado pelos organizadores| Foto: Joedson Alves/EFE

Só para comparar com o Rio de Janeiro, que está exigindo certificado de vacina, ainda que direitos e garantias individuais e que o Código Civil falem em liberdade e arbítrio e que cada um é dono de seu próprio corpo: o ministro da saúde da Inglaterra disse que desistiu de exigir comprovante de vacina para entrar em boate, clube noturno, festa onde tenha muita gente apertada. Ele disse que nunca teve vontade de fazer esse tipo de exigência. Como se sabe, na Europa está difícil implantar esse passaporte de vacina, porque as pessoas têm muita consciência de suas liberdades individuais.

Por falar nisso, eu fiz as contas, com base na “transparência do Registro Civil”, as mortes por Covid-19 dos últimos sete dias, a média está em 454 por dia. Aí, no ano passado, foi mais do que isso, foi 545 por dia. E aí eu comparei com a média de mortes por doenças cardíacas, dá 800 por dia, é quase o dobro. Então estou esperando alguma campanha sobre doenças cardíacas, porque é quase o dobro de mortalidade em relação à Covid-19 aqui no Brasil.

Protestos contra Bolsonaro foram um fracasso geral

Mas o grande tema de ontem foram as manifestações contra o governo. Um fracasso geral. Onde reuniu mais gente foi na Avenida Paulista. Eu vi num site de notícias que encheu algumas quadras. O jornalista foi incapaz de contar quantas, foram algumas. E reuniram, no palanque, cinco presidenciáveis: Doria, Ciro Gomes, Amoêdo, Mandetta e o senador Alessandro Vieira. Isso significa uma divisão muito grande da chamada terceira via. No Rio de janeiro, postaram foto só do carro do som, para a gente não ver o público reduzido que lá estava. Em Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, eram centenas. Em Brasília, talvez não tenha chegado à centena.

E, disso, tem algumas lições que precisam ser tiradas. A primeira é para as pesquisas de opinião. Acho que elas têm que fazer alguma revisão, porque as ruas contrariam as pesquisas, não fecham umas com as outras. E não se deve brigar com a imagem. A narrativa não briga com a imagem, pois a imagem vai lá e desmente. Então as pesquisas de opinião, que são sérias, devem revisar alguns métodos, ver como está sendo feita a apuração, a coleta de informações, deve estar errada em algum ponto, porque não dá. Os fatos sempre são mais fortes. E, às vezes, brigar com a imagem leva ao desespero. É muito ruim contrariar a imagem porque cai no ridículo e o ridículo é o maior fator para derrubar a credibilidade. E quando se derruba a credibilidade de um órgão de notícia, dificilmente volta. Por isso que um órgão de imprensa que chama uma pessoa que foi ao ato de 7 de setembro de antidemocrática, nunca mais vai entrar na casa dessa pessoa.

O povo não gosta de trânsfuga

Parte deste fracasso talvez seja porque o povo não gosta de trânsfuga. Teve muita gente que convocou e participou desta manifestação que estava ao lado do presidente e está, agora, contra. O povo não gosta disso, porque o povo admira a lealdade. Uma pessoa que não foi leal agora é vista pelo povo como uma pessoa em quem não se pode confiar para o futuro.

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