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Mão de eleitor faz biometria com a urna eletrônica ao fundo.
Eleições de 2020 serão as primeiras com quota racial de candidatos.| Foto: Nelson Jr./TSE

A seis semanas da eleição básica, que é a municipal, ficamos sabendo que são 545 mil candidatos no mínimo. Vamos eleger 5.568 prefeitos e 57.931 vereadores e, de modo indireto, vamos abrir as portas para uns 60 mil secretários municipais e uns 200 mil secretários de vereadores - talvez bem mais do que isso. Gente que vai ser escolhida sem concurso, para cargos de confiança de assessoramento direto. Somos quase 148 milhões de eleitores aptos a votar.

Para estimular mulheres e negros a entrar na política, leis os tratam de modo diferente, embora o primeiro artigo dos direitos e garantias individuais da Constituição estabeleça, em cláusula pétrea, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

A cabeça dos jovens jornalistas deve estar confusa com os modismos ideológicos, pois o noticiário fala de “cotas de gêneros”. Ora, como somos todos do gênero humano, percebo que querem se referir ao sexo feminino, às mulheres, que precisam ser 30% das candidaturas.

Os candidatos estão classificados em brancos, pardos e pretos, e as notícias falam em cotas raciais, equilibrando-se no fio da navalha do racismo. O Fundo Eleitoral, de 2 bilhões de reais, tem que ser dividido proporcionalmente à cor da pele. Seria mais justo estabelecer que todos têm o mesmo direito na divisão do fundo.

Estabelecer divisões de representação por sexo e cor da pele, não estaria trazendo o ranço de entender que branco governaria e legislaria para branco; negro para negro; mulher para mulher?  Não seria um truque para nos enfraquecer, nos dividindo, negando que homens, mulheres, com peles diferentes, somos todos iguais, um único povo, o brasileiro miscigenado, unido no seu caráter nacional? Não estaríamos sendo separados pela lei, em vez de nos unirmos em objetivos e características comuns?

Imagine quotas, sim, desta forma: 90% das candidaturas têm que ser para pessoas (não importa a cor nem o sexo) honestas, de caráter, patriotas, com histórico de serviços à comunidade, cumpridoras da lei e da Constituição, altruístas e competentes. O partido responderia solidariamente pela candidatura que indicou, civil e criminalmente.

Os restantes 10% de quota ficariam para os outros, a fim de que saibamos que eles existem e que têm voto, como as eleições têm demonstrado. Esses servirão para que nos acautelemos do mal, já que sendo do gênero humano,  muitas vezes fazemos  não o bem que queremos, mas o mal que não queremos - aproveitando Paulo(Romanos 7). Pois a diferença não está no sexo ou na pele, mas no que habita em cada um dos candidatos.

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