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Athletico está, de novo, entre a glória e o eterno 1994. Qual caminho irá tomar?

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André Pugliesi
02/09/2019 19:31 - Atualizado: 29/09/2023 23:24
Athletico está, de novo, entre a glória e o eterno 1994. Qual caminho irá tomar?
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo e Arquivo GRPCOM

Diante do Grêmio, na Baixada, nesta quarta-feira (4), o Athletico encara nova encruzilhada, desta feita pela Copa do Brasil. Está entre a glória e o eterno 1994. Não é a primeira vez.

Classificação sobre os gremistas e o Furacão toma o rumo da glória. Alcança a decisão e aí, contra Internacional ou Cruzeiro, briga em dois jogos pela segunda taça mais importante do país.

Revés no Joaquim Américo e o Rubro-Negro, entretanto, retorna 25 anos no tempo. Pega o trecho para 1994, a temporada que nunca acaba para o clube, embora sobrem motivos para ser definitivamente esquecida.

Há quase três décadas, na época do grunge e pré-internet, o hoje Athletico, então Atlético, era time da Segundona do Brasileiro. Ao sair do velho prédio na Buenos Aires, à época, seus diretores precisavam driblar filas de credores.

Tocado por alguns abnegados, como Farinhaki, o homem que levou os atleticanos de volta à Terra Prometida, e diversos aproveitadores, o Furacão teimava em sobreviver.

Outros tempos em que soccer business era papo de clube europeu. As cotas de TV, que hoje sustentam vários clubes, representavam uma mixaria. E negociar jogadores para o exterior era um caso raro.

Foi quando Mario Celso Petraglia, já atento, como sempre, para a virada do "futebol enquanto negócio", esganou o então presidente do Athletico, Hussein Zraik, até tomar o poder. E o Atletiba do 5 a 1 entrou para a mitologia do esporte local.

A partir daí, todo mundo conhece a história. E quem se esquece, Petraglia faz questão de lembrar. Veio o "projeto iniciado em 1995", que segue em curso.

Passado todo esse tempo, o Athletico atual em nada lembra o Atlético de 1994. Mesmo com a dívida da Arena, é pujante economicamente, alardeia estrutura invejável e pode ser considerado um sucesso esportivo. E os méritos de Petraglia são vários.

Mesmo assim, e curiosamente, é o Rubro-Negro do início dos anos 90 que acaba lembrado sempre que o Furacão dos novos tempos fracassa. A comparação é com o que foi, não com o que é.

Conveniência pura, claro. Uma alternativa, medíocre, para minimizar as cobranças, confortar a torcida. "Não estamos prontos", dizem. "Vocês queriam o Edenílson Pateta, voltar ao Pinheirão?", ameaçam.

Foi assim em 2004, 2013 e tem sido assim na temporada 2019. Este ano, embora tivesse condições de ir além, o Athletico parece ter se conformado em ser apenas um sparring brioso para Boca, River e Grêmio.

Contra os gigantes argentinos, já foi. O Furacão avacalhou com os dois na Arena, mas sequer foi páreo no Monumental de Nuñez e nas oitavas da Libertadores. Ante o Grêmio, entretanto, a história não terminou de ser escrita.

Em 2001, no Brasileiro, e 2018, na Sul-Americana, 1994 ficou para trás. Foi quando o Rubro-Negro confirmou seus desejos de grandeza. Resta esperar, e ver, como será desta vez, colocado de novo entre a glória e o seu maior fantasma.

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